PROÊMIO
1. Quando ia celebrar com seus discípulos
a ceia pascal, onde instituiu o sacrifício do seu Corpo e Sangue, o Cristo
Senhor mandou preparar uma sala ampla e mobiliada (Lc 22,12). A Igreja sempre
julgou dirigida a si esta ordem, estabelecendo como preparar as pessoas, os lugares,
os ritos e os textos, para a celebração da Santíssima Eucaristia. Assim, as
normas atuais, prescritas segundo determinação do Concílio Vaticano II, e o
Novo Missal, que a partir de agora será usado na Igreja de Rito romano para a
celebração da Missa, são provas da solicitude da Igreja, manifestando sua fé e
amor imutáveis para com o supremo mistério eucarístico, e testemunhando uma
contínua e ininterrupta tradição, ainda que algumas novidades sejam
introduzidas.
Testemunho de fé inalterada
2. A natureza sacrifical da Missa, que o Concílio
de Trento solenemente afirmou1, em concordância com a universal tradição da
Igreja, foi de novo proclamada pelo Concílio Vaticano II que proferiu sobre a
Missa estas significativas palavras: "O nosso Salvador na última Ceia
instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue para perpetuar o
sacrifício da cruz através dos séculos até a sua volta, e para confiar à
Igreja, sua esposa muito amada, o memorial de usa morte e ressurreição"2.
O que o Concílio ensinou com estas
palavras encontra-se expresso nas fórmulas da Missa. Com efeito, a doutrina já
expressa concisamente nesta frase de antigo Sacramentário, conhecido como
Leoniano: "Todas as vezes que se celebra a memória deste sacrifício, renova-se
a obra da nossa redenção"3, é desenvolvida clara e cuidadosamente nas
Orações eucarísticas; nestas preces, ao fazer a anamnese, dirigindo-se a Deus
em nome de todo o povo, dá-lhe graças e oferece o sacrifício vivo e santo, ou
seja, a oblação da Igreja e a vítima por
cuja imolação Deus quis ser aplacado4, e ora também para que o Corpo e Sangue
de Cristo sejam um sacrifício agradável ao Pai e salutar para todo o mundo5.
Assim, no novo Missal a regra da
oração da Igreja corresponde à regra perene da fé, que nos ensina a identidade,
exceto quanto ao modo de oferecer, entre o sacrifício da cruz e sua renovação
sacramental na Missa, que o Cristo Senhor instituiu na última Ceia e mandou os
Apóstolos fazerem em sua memória. Por conseguinte a Missa é simultaneamente
sacrifício de louvor, de ação de graças, de propiciação e de satisfação.
3. Igualmente, o admirável mistério da
presença real do Senhor sob as espécies eucarísticas foi confirmado pelo
Concílio Vaticano II6 e por outros documentos do Magistério Eclesiástico7, no
mesmo sentido e na mesma forma com que fora proposto à nossa fé pelo Concílio
de Trento8. Este Mistério é proclamado na celebração da Missa, não apenas nas
palavras da consagração, pelas quais o Cristo se torna presente através da
transubstanciação, mas também no espírito e manifestação de sumo respeito e
adoração que ocorrem na Liturgia eucarística. Por este mesmo motivo, o povo cristão é levado a prestar a este
admirável Sacramento na Quinta-feira da Ceia do Senhor e na solenidade do
Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo um culto especial de adoração.
4. A natureza do sacerdócio ministerial,
próprio do bispo e do presbítero que oferecem o Sacrifício na pessoa de Cristo
e presidem a assembléia do povo santo, se evidencia no próprio rito, pela
eminência do lugar e da função do sacerdote. As razões desta função são
enunciadas e explicadas mais profusamente na ação de graças da Missa Crismal da
Quinta-feira da Semana Santa, dia em que se comemora a instituição do
sacerdócio. Aquele texto celebra a transmissão, pela imposição das mãos, do
poder sacerdotal que é a continuação do poder de Cristo, Sumo Pontífice do Novo
Testamento, e enumera todas as suas funções.
5. Esta natureza do sacerdócio
ministerial esclarece ainda outra realidade de grande importância: o sacerdócio
régio dos fiéis, cujo sacrifício espiritual atinge a plena realização pelo
ministério do Bispo e dos presbíteros, em união com o sacrifício de Cristo,
único Mediador9. Com efeito, a celebração da Eucaristia é uma ação de toda a
Igreja, onde cada um deve fazer tudo e só o que lhe compete, segundo o lugar
que ocupa no Povo de Deus. Por isso se deve prestar maior atenção a certos
aspectos da celebração que, no decurso dos séculos, foram negligenciados. Na
verdade, este povo é o Povo de Deus, adquirido pelo Sangue de Cristo, reunido
pelo Senhor, alimentado por sua palavra; povo chamado para elevar a Deus as
preces de toda a família humana, e dar graças em Cristo pelo mistério da
salvação, oferecendo o seu sacrifício; povo enfim que cresce na unidade pela
comunhão do Corpo e Sangue de Cristo. Este povo, embora santo por sua origem,
cresce continuamente em santidade pela participação consciente e frutuosa do
mistério eucarístico10.
Testemunho de uma tradição
ininterrupta
6. Ao enunciar as normas segundo as quais
o Ordinário da Missa deveria ser reformado, o Concílio Vaticano II ordenou,
entre outras coisas, que alguns ritos fossem restaurados "segundo a forma
primitiva dos Santos Padres"11, retomando assim as mesmas palavras com que
S. Pio V, na Constituição Apostólica "Quo primum" de 1570, promulgou
o Missal Tridentino. Por esta coincidência de palavras pode-se observar como
ambos os Missais Romanos, ainda que separados por quatro séculos, conservam uma
única e mesma tradição. Porém, ponderando-se os elementos internos desta
tradição, verificam-se a sabedoria e a felicidade com que o segundo missal
completa o primeiro.
7. Naqueles tempos, verdadeiramente
difíceis, em que a fé católica corria perigo em relação à índole sacrifical da
Missal, o sacerdócio ministerial e a presença real e permanente do Cristo sob
as espécies eucarísticas, era necessário que S. Pio V conservasse uma tradição
mais recente, injustamente impugnada, introduzindo o mínimo de modificações nos
ritos sagrados. Na verdade, aquele Missal de 1570 pouco difere do primeiro
Missal impresso em 1474, que por sua vez reproduz com fidelidade o do tempo do
Papa Inocêncio III. Além disso, os manuscritos da Biblioteca Vaticana, ainda
que sugerissem algumas correções, não permitiam que se fosse além dos
comentários litúrgicos medievais, na investigação dos "antigos e provados
autores".
8. Hoje, pelo contrário, aquela
"norma dos Santos Padres" seguida pelos que corrigiram o Missal de
São Pio V foi enriquecida por inúmeros trabalhos de eruditos. Depois do
Sacramentário Gregoriano, editado pela primeira vez em 1571, os antigos
Sacramentários romanos e ambrosianos foram publicados em numerosas edições
críticas, assim como os antigos livros litúrgicos espanhóis e galicanos,
trazendo assim à luz muitas preces de grande valor espiritual até então
ignoradas.
Igualmente as tradições dos primeiros
séculos, anteriores à formação dos ritos do Oriente e do Ocidente, são agora
melhor conhecidas, depois que se descobriram tantos documentos litúrgicos.
Além disso, o progresso dos estudos
patrísticos lançou sobre a teologia do mistério eucarístico a luz da doutrina
dos Padres mais eminentes da antigüidade cristã, como Santo Irineu, Santo
Ambrósio, São Cirilo de Jerusalém e São João Crisóstomo.
9. Por isso, "a norma dos Santos
Padres" não exige apenas que se conserve o que os nossos antepassados mais
recentes nos legaram, mas também que se assuma e se julgue do mais alto valor
todo o passado da Igreja e todas as manifestações de fé, em formas tão variadas
de cultura humana e civil como as semitas, gregas e latinas. Esta visão mais ampla
nos permite perceber como o Espírito Santo concede ao povo de Deus uma
admirável fidelidade na conservação do imutável depósito da fé, apesar da
enorme variedade de orações e ritos.
Adaptação às novas condições
10. O novo Missal, portanto, dando
testemunho da norma de oração da Igreja romana e conservando o depósito da fé
legado pelos concílios mais recentes, constitui por sua vez uma etapa de grande
importância na tradição litúrgica.
Quando os Padres do Concílio
Vaticano II reafirmaram os dogmas do Concílio Tridentino, falaram numa época da
história bastante diferente; por isso formularam, em matéria pastoral, desejos
e conselhos que há quatro séculos não se podiam prever.
11. O Concílio de Trento já reconhecera o
grande valor catequético da celebração da Missa, mas não pudera tirar todas as
suas conseqüências para a vida prática. Muitos, na verdade, pediam que se
permitisse o uso da língua vernácula na celebração do Sacrifício Eucarístico.
Porém, por ocasião deste pedido, o Concílio, tendo em conta as circunstâncias
daquele tempo, julgou dever reafirmar a doutrina tradicional da Igreja, segundo
a qual o Sacrifício Eucarístico é antes de tudo uma ação do próprio Cristo,
cuja eficácia não depende do modo de participação dos fiéis. Por isso, ele se
exprimiu com estas palavras firmes e moderadas: "Ainda que a Missa
contenha um grande ensinamento para o povo fiel, os Padres não julgaram
oportuno que seja celebrada em língua vernácula indistintamente"12. E
condenou quem julgasse ser reprovável "o rito da Igreja romana, onde parte
do Cânon e as palavras da consagração são proferidas em voz baixa; ou que a
Missa devesse ser celebrada somente em língua vernácula"13. Contudo, ao proibir
o uso da língua vernácula na Missa, ordenou aos pastores de almas que o
substituíssem pela catequese em momento oportuno: "Para que as ovelhas de
Cristo não sintam fome ..., ordena o Santo Sínodo aos pastores e a todos os que
têm cura de almas que freqüentemente, durante a celebração da Missa, por si
mesmos ou por outrem, expliquem alguns dos textos que se lêem na Missa e
ensinem entre outras coisas algo sobre o mistério do Santíssimo Sacrifício,
principalmente nos Domingos e festas"14.
12. O Concílio Vaticano II, reunido para
adaptar a Igreja às necessidades de seu múnus apostólico nos nossos dias,
examinou em profundidade, como o Concílio de Trento, o aspecto catequético e
pastoral da sagrada Liturgia15. E, como nenhum católico negue a legitimidade e
a eficiência de um rito sagrado realizado em língua latina, ele pôde reconhecer
que "não raro o uso da língua vernácula seria muito útil para o povo"
e conceder a licença para usá-la16. O ardente entusiasmo com que esta
deliberação foi acolhida por toda parte fez com que logo, sob a direção dos
Bispos e da própria Sé Apostólica, todas as celebrações litúrgicas participadas
pelo povo pudessem realizar-se em língua vernácula, para que mais plenamente se
compreendesse o mistério celebrado.
13. Contudo, como o uso da língua vernácula
na sagrada Liturgia é apenas um instrumento, embora de grande importância, pelo
qual mais claramente se realiza a catequese do mistério contido na celebração,
o Concílio Vaticano II ordenou que algumas prescrições do Concílio de Trento,
ainda não cumpridas em todos os lugares, fossem postas em prática, com a
homilia nos domingos e dias de festa17, ou a introdução de algumas explicações
durante os ritos sagrados18.
Mas o Concílio Vaticano II,
aconselhando "aquela participação mais perfeita na missa, em que os fiéis,
depois da comunhão do sacerdote, recebem o Corpo do Senhor consagrado no mesmo
sacrifício"19, urgiu que se pusesse em prática um outro desejo dos Padres
de Trento, ou seja, que, para participar mais plenamente na sagrada Eucaristia,
"os fiéis presentes em
cada Missa não comunguem apenas espiritualmente, mas também
pela recepção sacramental da Eucaristia"20.
14. Movido pelo mesmo desejo e zelo
pastoral, o Concílio Vaticano II pôde reexaminar o que o Tridentino determinara
a respeito da Comunhão sob as duas espécies. Com efeito, como hoje já não se
põem mais em dúvida os princípios doutrinários quanto à plena eficácia da
Comunhão recebida apenas sob a espécie de pão, permitiu ele que se dê algumas
vezes a Comunhão sob as duas espécies, a fim de que, através de uma
apresentação mais elucidativa do sinal sacramental, haja uma oportunidade para
se compreender melhor o mistério de que os fiéis participam21.
15. Deste modo, enquanto permanece fiel ao
seu múnus de mestra da verdade, a Igreja, conservando "o que é
antigo", isto é, o depósito da tradição, cumpre também o seu dever de
julgar e de prudentemente assumir "o que é novo" (cf. Mt 13, 52).
Na verdade, certa parte do novo Missal
relaciona mais claramente as preces da Igreja com as necessidades do nosso
tempo. Isto acontece sobretudo com as Missas rituais e as Missas "para as
diversas circunstâncias", nas quais a tradição e a inovação
harmoniosamente se associam. Por isso, enquanto muitos textos hauridos na mais
antiga tradição da Igreja e divulgados pelas diversas edições do Missal Romano
permanecem inteiramente intactos, outros foram adaptados às aspirações e
condições hodiernas. Outros, finalmente, como as orações pela Igreja, pelos
leigos, pela santificação do trabalho humano, pela comunidade de todos os povos
e por algumas necessidades do nosso tempo, foram integralmente compostas a
partir de pensamentos, e, muitas vezes, das próprias palavras dos documentos
conciliares.
Igualmente, devido à consciência da nova situação do mundo de hoje, não
se julgou comprometer o venerável tesouro da tradição, modificando-se algumas
expressões de textos antiquíssimos, para que melhor se adaptassem à atual
linguagem teológica e correspondessem melhor à atual disciplina eclesiástica.
Assim, foram mudadas algumas expressões referentes à estima e ao uso dos bens
terrenos, como também algumas fórmulas que acentuavam certas modalidades de
penitência externa, mais apropriadas a outros tempos da Igreja.
Deste modo, as normas litúrgicas do
Concílio Tridentino foram em muitos pontos completadas e aperfeiçoadas pelas
normas do Vaticano II, que levou a bom termo os esforços que visavam a
aproximar os fiéis da sagrada Liturgia, empreendidos nos quatro últimos
séculos, principalmente nos últimos tempos, graças sobretudo à estima pelos
estudos litúrgicos, promovidos por S. Pio X e seus sucessores.
Capítulo I
IMPORTÂNCIA E DIGNIDADE
DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
16. A celebração da Missa, como ação de
Cristo e do povo de Deus hierarquicamente ordenado, é o centro de toda a vida
cristã tanto para a Igreja universal como local e também para cada um dos
fiéis22. Pois nela se encontra tanto o ápice da ação pela qual Deus santifica o
mundo em Cristo, como o do culto que os homens oferecem ao Pai, adorando-o pelo
Cristo, Filho de Deus23. Além disso, nela são de tal modo relembrados, no
decorrer do ano, os mistérios da redenção, que eles se tornam de certo modo
presentes24. As demais ações sagradas e todas as atividades da vida cristã a
ela estão ligadas, dela decorrendo ou a ela sendo ordenadas25.
17. É por isso de máxima conveniência dispor
a celebração da Missa ou Ceia do Senhor de tal forma que os ministros sagrados
e os fiéis, participando cada um conforme sua condição, recebam mais plenamente
aqueles frutos26 que o Cristo Senhor quis prodigalizar, ao instituir o
sacrifício eucarístico de seu Corpo e Sangue, confiando-o à usa dileta esposa,
a Igreja, como memorial de sua paixão e ressurreição27.
18. Isto se conseguirá de modo adequado se,
levando em conta a natureza e as circunstâncias de cada assembléia litúrgica,
toda a celebração for disposta de tal modo que leve os fiéis à participação
consciente, ativa e plena do corpo e do espírito, animada pelo fervor da fé, da
esperança e da caridade. Esta é a participação ardentemente desejada pela
Igreja e exigida pela própria natureza da celebração; ela constitui um direito
e um dever do povo cristão em virtude do seu batismo28.
19. Embora às vezes não se possa contar com
a presença dos fiéis e sua participação ativa, que manifestam mais claramente a
natureza eclesial da celebração29, a celebração eucarística conserva sempre sua
eficácia e dignidade, uma vez que é ação de Cristo e da Igreja, na qual o
sacerdote cumpre seu múnus principal e age sempre pela salvação do povo.
Por isso, recomenda-se que ele, na
medida do possível, celebre mesmo diariamente o sacrifício eucarístico30.
20. Realizando-se a celebração da
Eucaristia, como também toda a Liturgia, por meio de sinais sensíveis que
alimentam, fortalecem e exprimem a fé31, deve-se escolher e dispor com o maior
cuidado as formas e elementos propostos pela Igreja que, em vista das
circunstâncias de pessoas e lugres, promovam mais intensamente a participação
ativa e plena dos fiéis, e que melhor respondam às suas necessidades
espirituais.
21. A presente Instrução, portanto, visa
apresentar as linhas gerais segundo as quais se deve ordenar a celebração da
Eucaristia, bem como expor as regras para cada forma particular de
celebração32.
22. De máxima importância é a celebração da
Eucaristia na Igreja particular. O Bispo diocesano, o principal dispenseiro dos
mistérios de Deus na Igreja particular a ele confiada, é o moderador, o
promotor e guarda de toda a vida litúrgica33. Nas celebrações que se realizam
sob a sua presidência, sobretudo na celebração eucarística realizada por ele,
com a participação do presbitério, dos diáconos e do povo, manifesta-se o
mistério da Igreja. Por isso, tais celebrações da Missa devem ser tidas como
modelares para toda a diocese. É, pois, seu dever esforçar-se para que os
presbíteros, os diáconos e os féis cristãos leigos compreendam sempre mais
profundamente o sentido autêntico dos ritos e dos textos litúrgicos e assim
sejam levados a uma celebração ativa e frutuosa da Eucaristia. Com a mesma
finalidade cuide que cresça sempre a dignidade das próprias celebrações, para
cuja promoção muito contribui a beleza do espaço sagrado, da música e da arte.
23. Além disso, para que a celebração atenda
mais plenamente às normas e ao espírito da sagrada Liturgia e aumente sua
eficácia pastoral, apresentam-se neste Instrução Geral e no Ordinário da Missa
alguns ajustes e adaptações.
24. Estas adaptações, na maioria, consistem
na escolha de alguns ritos ou textos, ou seja, de cantos, leituras, orações,
munições e gestos mais correspondentes às necessidades, preparação e índole dos
participantes, atribuídas ao sacerdote celebrante. Contudo o sacerdote deve
estar lembrado de que ele é servidor da sagrada Liturgia e de que não lhe é
permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa
na celebração da Missa34.
25. Além disso, no Missal são indicadas, no
devido lugar, certas adaptações que, conforme a Constituição sobre a Sagrada
Liturgia, competem respectivamente ao Bispo diocesano ou à Conferência dos
Bispos35. (cf. infra, n. 387, 388-293).
26. No que se refere, porém, às diversidades
e adaptações mais profundas, que atendam às tradições e à índole dos povos e
regiões, a serem por utilidade ou necessidade introduzidas à luz do art. 40 da
Constituição sobre a Sagrada Liturgia, observe-se o que se expõe na Instrução
"De Liturgia Romana et inculturatione"36 que vem exposto (n. 395-399)
mais adiante.
CAPÍTULO II
ESTRUTURA, ELEMENTOS E PARTES
DA MISSA
I. ESTRUTURA GERAL DA MISSA
27. Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de
Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a
pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício
eucarístico37. Por isso, a esta reunião local da santa Igreja aplica-se, de
modo eminente, a promessa de Cristo: "Onde dois ou três estão reunidos no
meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18, 20). Pois, na celebração da
Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz38, Cristo está realmente
presente tanto na assembléia reunida em seu nome, como na pessoa do ministro,
na sua palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies
eucarísticas39.
28. A Missa consta, por assim dizer, de duas
partes, a saber, a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão
intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto40. De fato, na
Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo,
para ensinar e alimentar os fiéis41. Há também alguns ritos que abrem e
encerram a celebração.
II. OS DIVERSOS ELEMENTOS DA MISSA
Leitura e explanação da Palavra
de Deus
29. Quando se lêem as Sagradas Escrituras na
Igreja, o próprio Deus fala a seu povo, e Cristo, presente em sua palavra,
anuncia o Evangelho.
Por isso todos devem escutar com
veneração as leituras da Palavra de Deus, elemento de máxima importância da
Liturgia. Embora a palavra divina contida nas leituras da Sagrada Escritura se
dirija a todos os homens de qualquer época, e seja entendida por eles, a sua
mais plena compreensão e eficácia é aumentada pela exposição viva, isto é, a
homilia, que é parte da ação litúrgica42.
Orações e outras partes próprias
do sacerdote
30. Entre as partes que competem ao
sacerdote ocupa o primeiro lugar a Oração eucarística, cume de toda a
celebração. A seguir, vêm as orações, isto é, a oração do dia (coleta), a
oração sobre as oferendas e a oração depois da Comunhão. O sacerdote,
presidindo a comunidade como representante de Cristo, dirige a Deus estas
orações em nome de todo o povo santo e de todos os circunstantes43. É com
razão, portanto, que são chamadas "orações presidenciais".
31. Da mesma forma cabe ao sacerdote, no
desempenho da função de presidente da assembléia, proferir certas admoestações
previstas no próprio rito. Quando estiver estabelecido pelas rubricas, o
celebrante pode adaptá-las um pouco para que atendam à compreensão dos
participantes; cuide, contudo, o sacerdote de manter sempre o sentido da
exortação proposta no Missal e a expresse em poucas palavras. Cabe ao Sacerdote
presidente também moderar a palavra de Deus e dar a bênção final. Pode, além,
disso, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na missa do dia, após a
saudação inicial e antes do ato penitencial, na liturgia da palavra, antes das
leituras; na Oração eucarística, antes do Prefácio, nunca, porém, dentro da
própria Oração; pode ainda encerrar toda a ação sagrada antes da despedida.
32. A natureza das partes
"presidenciais" exige que sejam proferidas em voz alta e distinta e
por todos atentamente escutadas44. Por isso, enquanto o sacerdote as profere,
não haja outras orações nem cantos, e calem-se o órgão e qualquer outro
instrumento.
33. Na verdade, o sacerdote, como
presidente, reza em nome da Igreja e de toda a comunidade reunida e, por vezes,
também somente em seu nome para cumprir o seu ministério com atenção e piedade.
Estas orações, propostas antes da proclamação do Evangelho, na preparação das
oferendas e antes e depois da Comunhão do sacerdote, são rezadas em silêncio.
Outras fórmulas que ocorrem na
celebração
34. Sendo a celebração da Missa, por sua
natureza, de índole "comunitária"45, assumem grande importância os
diálogos entre o sacerdote e os fiéis reunidos, bem como as aclamações46, pois
não constituem apenas sinais externos da celebração comum, mas promovem e
realizam a comunhão entre o sacerdote e o povo.
35. As aclamações e respostas dos fiéis às
orações e saudações do sacerdote constituem o grau de participação ativa que os
fiéis congregados, em qualquer forma de Missa, devem realizar, para que se
promova e exprima claramente a ação de toda a comunidade47.
36. Outras partes, muito úteis para
manifestar e fomentar a participação ativa dos fiéis e que competem a toda a
assembléia convocada, são principalmente o ato penitencial, a profissão de fé,
a oração universal e a oração do Senhor.
37. Por fim, dentre as outras fórmulas:
a) algumas constituem um rito ou
ato independente, como o hino do Glória, o salmo responsorial, o Aleluia e o
versículo antes do Evangelho, o Sanctus, a aclamação da anamnese e o canto
depois da Comunhão;
b) algumas, porém, acompanham um
rito, tais como o canto da entrada, das oferendas, da fração (Agnus Dei) e da
Comunhão.
Maneiras de proferir os diversos
textos
38. Nos textos que o sacerdote, o diácono, o
leitor ou toda a assembléia devem proferir em voz alta e distinta, a voz
corresponda ao gênero do próprio texto, conforme se trate de leitura, oração,
exortação, aclamação ou canto; como também à forma de celebração e à solenidade
da assembléia. Além disso, levem-se em conta a índole das diversas línguas e o
gênio dos povos.
Nas rubricas, portanto, e nas
normas que se seguem, as palavras "dizer" ou "proferir"
devem aplicar-se tanto ao canto como à recitação, observados os princípios
acima propostos.
Importância do canto
39. O Apóstolo aconselha os fiéis, que se
reúnem em assembléia para aguardar a vinda do Senhor, a cantarem juntos salmos,
hinos e cânticos espirituais (cf. Cl 3, 16), pois o canto constitui um sinal de
alegria do coração (cf. At 2, 46). Por isso, dizia com razão Santo Agostinho:
"Cantar é próprio de quem ama"48, e há um provérbio antigo que
afirma: "Quem canta bem, reza duas vezes".
40. Portanto, dê-se grande valor ao uso do
canto na celebração da Missa, tendo em vista a índole dos povos e as
possibilidades de cada assembléia litúrgica. Ainda que não seja necessário
cantar sempre todos os textos de per si destinados ao canto, por exemplo nas
Missas dos dias de semana, deve-se zelar para que não falte o canto dos
ministros e do povo nas celebrações dos domingos e festas de preceito.
Na escolha das partes que de fato
são cantadas, deve-se dar preferência às mais importantes e sobretudo àquelas
que o sacerdote, o diácono, o leitor cantam com respostas do povo; ou então
àquelas que o sacerdote e o povo devem proferir simultaneamente49.
41. Em igualdade de condições, o canto
gregoriano ocupa o primeiro lugar, como próprio da Liturgia romana. Outros
gêneros de música sacra, especialmente a polifonia, não são absolutamente
excluídos, contanto que se harmonizem com o espírito da ação litúrgica e
favoreçam a participação de todos os fiéis50.
Uma vez que se realizam sempre mais
freqüentemente reuniões internacionais de fiéis, convém que aprendam a cantar
juntos em latim ao menos algumas partes do Ordinário da Missa, principalmente o
símbolo da fé e a oração do Senhor, empregando-se melodias mais simples51.
Gestos e posições do corpo
42. Os gestos e posições do corpo tanto do
sacerdote, do diácono e dos ministros, como do povo devem contribuir para que
toda a celebração resplandeça pelo decoro e nobre simplicidade, se compreenda a
verdadeira e plena significação de suas diversas partes e se favoreça a
participação de todos52. Deve-se, pois, atender às diretrizes desta Instrução
geral e da prática tradicional do Rito romano e a tudo que possa contribuir
para o bem comum espiritual do povo de Deus, de preferência ao próprio gosto ou
arbítrio.
A posição comum do corpo, que todos
os participantes devem observar é sinal da unidade dos membros da comunidade
cristã, reunidos para a sagrada Liturgia, pois exprime e estimula os
pensamentos e os sentimentos dos participantes.
43. Os fiéis permaneçam de pé, do início do
canto da entrada, ou enquanto o sacerdote se aproxima do altar, até a oração do
dia inclusive; ao canto do Aleluia antes do Evangelho; durante a proclamação do
Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e do convite Orai,
irmãos antes da oração sobre as oferendas até o fim da Missa, exceto nas partes
citadas em seguida.
Sentem-se durante as leituras antes
do Evangelho e durante o salmo responsorial; durante a homilia e durante a preparação
das oferendas; e, se for conveniente, enquanto se observa o silêncio sagrado
após a Comunhão.
Ajoelhem-se, porém, durante da
consagração, a não ser que, por motivo de saúde ou falta de espaço ou o grande
número de presentes ou outras causas razoáveis não o permitam. Contudo, aqueles
que não se ajoelham na consagração, façam inclinação profunda enquanto o
sacerdote faz genuflexão após a consagração.
Compete, porém, à Conferência dos
Bispos adaptar, segundo as normas do direito, à índole e às legitimas tradições
dos povos, os gestos e posições do corpo descritos no Ordinário da Missa53.
Cuide-se, contudo, que correspondam ao sentido e à índole de cada parte da
celebração. Onde for costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação
do Santo até ao final da Oração eucarística e antes da Comunhão quando o
sacerdote diz Eis o Cordeiro de Deus, é louvável que ele seja mantido.
Para se obter a uniformidade nos
gestos e posições do corpo numa mesma celebração, obedeçam os fiéis aos avisos
dados pelo diácono, por um ministro leigo ou pelo sacerdote, de acordo com o
que vem estabelecido no Missal.
44. Entre os gestos incluem-se também as
ações e as procissões realizadas pelo sacerdote com o diácono e os ministros ao
se aproximarem do altar; pelo diácono antes da proclamação do Evangelho ou ao
levar o Livro dos evangelhos ao ambão; dos fiéis, ao levarem os dons e enquanto
se aproximam da Comunhão. Convém que tais ações e procissões sejam realizadas
com dignidade, enquanto se executam cantos apropriados, segundo as normas
estabelecidas para cada uma.
O silêncio
45. Oportunamente, como parte da celebração
deve-se observar o silêncio sagrado54. A sua natureza depende do momento em que
ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração,
cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que
ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.
Convém que já antes da própria
celebração se conserve o silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e
mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e
devidamente para realizarem os sagrados mistérios.
III. AS PARTES DA MISSA
A) RITOS INICIAIS
46. Os
ritos que precedem a liturgia da palavra, isto é, entrada, saudação, ato
penitencial, Kýrie, Glória e oração do dia, têm o caráter de exórdio,
introdução e preparação.
Sua finalidade é fazer com que os
fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para
ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia.
Em certas celebrações que, de
acordo com as normas dos livros litúrgicos se ligam com a Missa, omitem-se os
ritos iniciais ou são realizados de um modo próprio.
Entrada
47. Reunido o povo, enquanto o sacerdote
entra com o diácono e os ministros, começa o canto da entrada. A finalidade
desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no
mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote
e dos ministros.
48. O canto é executado alternadamente pelo
grupo de cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de
cantores. Pode-se usar a antífona com seu salmo, do Gradual romano ou do
Gradual simples, ou então outro canto condizente com a ação sagrada55 e com a
índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência dos
Bispos.
Não havendo canto à entrada, a
antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns deles, ou
pelo leitor; ou então, pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la a modo
de exortação inicial (cf. n. 31).
Saudação ao altar e ao povo
reunido
49. Chegando ao presbitério, o sacerdote, o
diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda.
Em seguida, em sinal de veneração o
sacerdote e o diácono beijam o altar; e o sacerdote, se for oportuno, incensa a
cruz e o altar.
50. Executado o canto da entrada, o
sacerdote, de pé junto à cadeira, junto com toda a assembléia faz o sinal da
cruz; a seguir, pela saudação, expressa à comunidade reunida a presença do
Senhor. Esta saudação e a resposta do povo exprimem o mistério da Igreja
reunida.
Feita a saudação do povo, o
sacerdote, o diácono, ou um ministro leigo, pode com brevíssimas palavras
introduzir os fiéis na Missa do dia.
Ato penitencial
51. Em seguida, o sacerdote convida para o
ato penitencial, que após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a
assembléia através de uma fórmula de confissão geral, e concluído pela
absolvição do sacerdote, absolvição que, contudo, não possui a eficácia do
sacramento da penitência.
Aos domingos, particularmente, no
tempo pascal, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se fazer, por vezes,
a bênção e aspersão da água em recordação do batismo56.
Senhor, tende piedade
52. Depois do ato penitencial inicia-se
sempre o Senhor, tende piedade, a não ser que já tenha sido rezado no próprio
ato penitencial. Tratando-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e
imploram a sua misericórdia, é executado normalmente por todos, tomando parte
nele o povo e o grupo de cantores ou o cantor.
Via de regra, cada aclamação é
repetida duas vezes, não se excluindo, porém, um número maior de repetições por
causa da índole das diversas línguas, da música ou das circunstâncias. Quando o
Senhor é cantado como parte do ato penitencial, antepõe-se a cada aclamação uma
"invocação"("tropo").
Glória a Deus nas alturas
53. O Glória, é um hino antiquíssimo e
venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e
suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído
por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se for o caso, pelo cantor ou o grupo de
cantores, é cantado por toda a assembléia, ou pelo povo que o alterna com o
grupo de cantores ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve
ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si.
É cantado ou recitado aos domingos,
exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em
celebrações especiais mais solenes.
Oração do dia (coleta)
54. A seguir, o sacerdote convida o povo a
rezar; todos se conservam em silêncio com o sacerdote por alguns instantes,
tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente
os seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar
"coleta", pela qual se exprime a índole da celebração. Conforme
antiga tradição da Igreja, a oração costuma ser dirigida a Deus Pai, por
Cristo, no Espírito Santo57 e por uma conclusão trinitária, isto é com uma
conclusão mais longa, do seguinte modo:
- quando se dirige ao Pai: Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo;
- quando se dirige ao Pai, mas no
fim menciona o Filho: Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo;
- quando se dirige ao Filho: Vós,
que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
O povo, unindo-se à súplica, faz
sua a oração pela aclamação Amém.
Na Missa sempre se diz uma única
oração do dia.
B) LITURGIA DA PALAVRA
55. A parte principal da liturgia da palavra
é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem
entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a
oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus
fala ao seu povo58, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece
alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no
meio dos fiéis59. Pelo silêncio e pelos cantos o povo se apropria dessa palavra
de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza
na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do
mundo inteiro.
O silêncio
56. A liturgia da palavra deve ser celebrada
de tal modo que favoreça a meditação; por isso deve ser de todo evitada
qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-na também breves momentos
de silêncio, de acordo com a assembléia reunida, pelos quais, sob a ação do
Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta
pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por
exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia da palavra, após a primeira e a
segunda leitura, como também após o término da homilia60.
Leituras bíblicas
57. Mediante as leituras é preparada para os
fiéis a mesa da palavra de Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia61.
Por isso, é melhor conservar a disposição das leituras bíblicas pela qual se
manifesta a unidade dos dois Testamentos e da história da salvação; nem é
permitido trocar as leituras e o salmo responsorial, constituídos da palavra de
Deus, por outros textos não bíblicos62.
58. Na celebração da Missa com povo, as
leituras são sempre proferidas do ambão.
59. Por tradição, o ofício de proferir as
leituras não é função presidencial, mas ministerial. As leituras sejam pois
proclamadas pelo leitor, o Evangelho seja anunciado pelo diácono ou, na sua
ausência, por outro sacerdote. Na falta, porém, do diácono ou de outro sacerdote,
o próprio sacerdote celebrante leia o Evangelho; igualmente, na falta de outro
leitor idôneo, o sacerdote celebrante proferirá também as demais leituras.
Depois de cada leitura, quem a leu
profere a aclamação; por sua resposta, o povo reunido presta honra à palavra de
Deus, acolhida com fé e de ânimo agradecido.
60. A leitura do Evangelho constitui o ponto
alto da liturgia da palavra. A própria Liturgia ensina que se lhe deve
manifestar a maior veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras, de
honra especial, tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se
prepara pela bênção ou oração; como por parte dos fiéis que pelas aclamações
reconhecem e professam que o Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de
pé a leitura; ou ainda pelos sinais de veneração prestados ao Evangeliário.
Salmo responsorial
61. À primeira leitura segue-se o salmo
responsorial, que é parte integrante da liturgia da palavra, oferecendo uma
grande importância litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da palavra
de Deus.
O Salmo responsorial deve responder
a cada leitura e normalmente será tomado do lecionário.
De preferência, o salmo
responsorial será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. Assim,
o salmista ou cantor do salmo, do ambão ou outro lugar adequado profere os
versículos do salmo, enquanto toda a assembléia escuta sentada, geralmente
participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo
contínuo, isto é, sem refrão. Mas, para que o povo possa mais facilmente
recitar o refrão salmódico, foram escolhidos alguns textos de refrões e de
salmos para os diversos tempos do ano e as várias categorias de Santos, que
poderão ser empregados em lugar do texto correspondente à leitura, sempre que o
salmo é cantado. Se o salmo não puder ser cantado, seja recitado do modo mais
apto para favorecer a meditação da palavra de Deus.
Em lugar do salmo proposto no
lecionário pode-se cantar também um responsório gradual do Gradual romano ou um
salmo responsorial ou aleluiático do Gradual Simples, como se encontram nesses
livros.
Aclamação antes da proclamação do
Evangelho
62. Após a leitura que antecede
imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas
rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou
ação por si mesma, através do qual a assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que
lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por
todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou cantor, sendo repetido,
se for o caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo de cantores ou cantor.
a) O Aleluia é cantado em todo o
tempo, exceto na Quaresma. O Versículo é tomado do lecionário ou do Gradual.
b) No Tempo da Quaresma, no lugar
do Aleluia, canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no lecionário.
Pode-se cantar também um segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual.
63. Havendo apenas uma leitura antes do
Evangelho:
a) no tempo em que se diz o
Aleluia, pode haver um salmo aleluiático, ou um salmo e o Aleluia com seu
versículo;
b) no tempo em que não se diz o
Aleluia, pode haver um salmo e o versículo antes do Evangelho ou somente o
salmo;
c) O Aleluia ou o versículo antes
do Evangelho podem ser omitidos quando não são cantados.
64. A seqüência que, exceto nos dias da
Páscoa e de Pentecostes, é facultativa, é cantada antes do Aleluia.
Homilia
65. A homilia é uma parte da liturgia e
vivamente recomendada63, sendo indispensável para nutrir a vida cristã. Convém
que seja uma explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou
de outro texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, levando em conta
tanto o mistério celebrado, como as necessidades particulares dos ouvintes64.
66. A homilia, via de regra é proferida pelo
próprio sacerdote celebrante ou é por ele delegada a um sacerdote concelebrante
ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um leigo65. Em casos
especiais e por motivo razoável a homilia também pode ser feita pelo Bispo ou
presbítero que participa da celebração sem que possa concelebrar.
Aos domingos e festas de preceito
haja homilia, não podendo ser omitida a não ser por motivo grave, em todas as
Missas celebradas com participação do povo; também é recomendada nos outros
dias, sobretudo nos dias de semana do Avento, Quaresma e Tempo pascal, como
ainda em outras festas e ocasiões em que o povo acorre à igreja em maior
número66.
Após a homilia convém observar um
breve tempo de silêncio.
Profissão de fé
67. O símbolo ou profissão de fé tem por
objetivo levar todo o povo reunido a responder à palavra de Deus anunciada da
sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé
através de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os
grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucaristia.
68. O símbolo deve ser cantado ou recitado
pelo sacerdote com o povo aos domingos e solenidades; pode-se também dizer em
celebrações especiais de caráter mais solene.
Quando cantado, é entoado pelo
sacerdote ou, se for oportuno, pelo cantor ou pelo grupo de cantores; é cantado
por todo o povo junto, ou pelo povo alternando com o grupo de cantores.
Se não for cantado, será recitado
por todos juntos, ou por dois coros alternando entre si.
Oração universal
69. Na oração universal ou oração dos fiéis,
o povo responde de certo modo à palavra de Deus acolhida na fé e exercendo a
sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de todos. Convém que
normalmente se faça esta oração nas Missas com o povo, de tal sorte que se reze
pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos
os seres humanos e pela salvação do mundo inteiro67.
70. Normalmente serão estas as séries de
intenções:
a) pelas necessidades da Igreja;
b) pelos poderes públicos e pela
salvação de todo o mundo;
c) pelos que sofrem qualquer
dificuldade;
d) pela comunidade local.
No entanto, em alguma celebração
especial, tal como Confirmação, Matrimônio, Exéquias, as intenções podem
referir-se mais estreitamente àquelas circunstâncias.
71. Cabe ao sacerdote celebrante, de sua
cadeira, dirigir a oração. Ele a introduz com breve exortação, convidando os
fiéis a rezarem e depois a conclui. As intenções propostas sejam sóbrias,
compostas por sábia liberdade e breves palavras e expressem a oração de toda a
comunidade.
As intenções são proferidas, do
ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou
por um fiel leigo68.
O povo, de pé, exprime a sua
súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja por
uma oração em silêncio.
C) LITURGIA EUCARÍSTICA
72. Na última Ceia, Cristo instituiu o
sacrifício e a ceia pascal, que tornam continuamente presente na Igreja o
sacrifício da cruz, quando o sacerdote, represente do Cristo Senhor, realiza
aquilo mesmo que o Senhor fez e entregou aos discípulos para que o fizessem em
sua memória69.
Cristo, na verdade, tomou o pão e o
cálice, deu graças, partiu o pão e deu-o a seus discípulos dizendo: Tomai,
comei, bebei; isto é o meu Corpo; este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em
memória de mim. Por isso a Igreja dispôs toda a celebração da liturgia
eucarística em partes que correspondem às palavras e gestos de Cristo. De fato:
1) Na preparação dos dons levam-se
ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou
em suas mãos.
2) Na Oração eucarística rendem-se
graças a Deus por toda a obra da salvação e as oferendas tornam-se Corpo e
Sangue de Cristo.
3) Pela fração do pão e pela
Comunhão os fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do Senhor de um só
pão e de um só cálice, do mesmo modo como os Apóstolos, das mãos do próprio
Cristo.
Preparação dos dons
73. No início da liturgia eucarística são
levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo.
Primeiramente prepara-se o altar ou
mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística70, colocando-se
nele o corporal, o purificatório, o missal e o cálice, a não ser que se prepare
na credência.
A seguir, trazem-se as oferendas. É
louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono
recebem em lugar adequado para serem levados ao altar. Embora os fiéis já não
tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de
levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual.
Também são recebidos o dinheiro ou
outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja, ou
recolhidos no recinto dela; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente,
fora da mesa eucarística.
74. O canto do ofertório acompanha a
procissão das oferendas (cf. n. 37, b) e se prolonga pelo menos até que os dons
tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são
as mesmas que para o canto da entrada (cf. n. 48). O canto pode sempre fazer
parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a procissão dos dons.
75. O pão e o vinho são depositados sobre o
altar pelo sacerdote, proferindo as fórmulas estabelecidas; o sacerdote pode
incensar as oferendas colocadas sobre o altar e, em seguida, a cruz e o próprio
altar, para simbolizar que a oferta da Igreja e sua oração sobem, qual incenso,
à presença de Deus. Em seguida, também o sacerdote, por causa do ministério
sagrado e o povo, em razão da dignidade batismal, podem ser incensados pelo
diácono ou por outro ministro.
76. Em seguida, o sacerdote lava as mãos, ao
lado do altar, exprimindo por esse rito o seu desejo de purificação interior.
Oração sobre as oferendas
77. Depositadas as oferendas sobre o altar e
terminados os ritos que as acompanham, conclui-se a preparação dos dons e
prepara-se a Oração eucarística com o convite aos fiéis a rezarem com o
sacerdote, e com a oração sobre as oferendas.
Na Missa se diz uma só oração
sobre as oferendas, que termina com a conclusão mais breve, isto é: Por Cristo,
nosso Senhor; se, no fim, se fizer menção do Filho, a conclusão será: Que vive
e reina para sempre.
O povo, unindo-se à oração, a faz
sua pela aclamação Amém.
Oração eucarística
78. Inicia-se agora a Oração eucarística,
centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. O
sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de
graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito
Santo, em nome de toda a comunidade. O sentido desta oração é que toda a
assembléia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação
do sacrifício. A oração eucarística exige que todos a ouçam respeitosamente e
em silêncio.
79. Podem distinguir-se do seguinte modo os
principais elementos que compõem a Oração eucarística:
a) Ação de graças (expressa
principalmente no Prefácio) em que o sacerdote, em nome de todo o povo santo,
glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos
seus aspectos, de acordo com o dia, a festividade ou o tempo.
b) A aclamação pela qual toda a
assembléia, unindo-se aos espíritos celestes canta o Santo. Esta aclamação,
parte da própria Oração eucarística, é proferida por todo o povo com o
sacerdote.
c) A epiclese, na qual a Igreja
implora por meio de invocações especiais a força do Espírito Santo para que os
dons oferecidos pelo ser humano sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e
Sangue de Cristo, e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que vão
recebê-la em Comunhão.
d) A narrativa da instituição e
consagração, quando pelas palavras e ações de Cristo se realiza o sacrifício
que ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as
espécies de pão e vinha, e entregá-los aos apóstolos como comida e bebida,
dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério.
e) A anamnese, pela qual, cumprindo
a ordem recebida do Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja faz a memória
do próprio Cristo, relembrando principalmente a sua bem-aventurada paixão, a
gloriosa ressurreição e a ascensão aos céus.
f) A oblação, pela qual a Igreja,
em particular a assembléia atualmente reunida, realizando esta memória, oferece
ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada; ela deseja, porém, que os fiéis
não apenas ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se a si
próprios71, e se aperfeiçoem, cada vez mais, pela mediação do Cristo, na união
com Deus e com o próximo, para que finalmente Deus seja tudo em todos72.
g) As intercessões, pelas quais se
exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto
celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus
membros vivos e defuntos, que foram chamados a participar da redenção e da
salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo.
h) A doxologia final que exprime a
glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação Amém do povo.
Ritos da Comunhão
80. Sendo a celebração eucarística a ceia
pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam
recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a
finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os
fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão.
A Oração do Senhor
81. Na Oração do Senhor pede-se o pão de
cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e
pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam
verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis
recitam a oração com o sacerdote, e o sacerdote acrescenta sozinho o embolismo,
que o povo encerra com a doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso,
o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal.
O convite, a própria oração, o
embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados ou
proferidos em voz alta.
Rito da paz
82. Segue-se o rito da paz no qual a Igreja
implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana e os fiéis
se exprimem a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de comungar do
Sacramento.
Quanto ao próprio sinal de
transmissão da paz, seja estabelecido pelas Conferências dos Bispos, de acordo
com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo*.
Convém, no entanto, que cada qual
expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.
Fração do pão
83. O sacerdote parte o pão eucarístico,
ajudado, se for o caso, pelo diácono ou um concelebrante. O gesto da fração
realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico deu o nome a toda
a ação eucarística, significa que muitos fiéis pela Comunhão no único pão da
vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo, formam um só
corpo ( 1Cor 10, 17). A fração se inicia terminada a transmissão da paz, e é
realizada com a devida reverência, contudo, de modo que não se prolongue
desnecessariamente nem seja considerada de excessiva importância. Este rito é
reservado ao sacerdote e ao diácono.
O sacerdote faz a fração do pão e
coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a unidade do Corpo e do
Sangue do Senhor na obra da salvação, ou seja, do Corpo vivente e glorioso de
Cristo Jesus. O grupo dos cantores ou o cantor ordinariamente canta ou, ao
menos, diz em voz alta, a súplica Cordeiro de Deus, à qual o povo responde. A
invocação acompanha a fração do pão; por isso, pode-se repetir quantas vezes
for necessário até o final do rito. A última vez conclui-se com as palavras
dai-nos a paz.
Comunhão
84. O sacerdote prepara-se por uma oração em
silêncio para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem
o mesmo, rezando em silêncio.
A seguir, o sacerdote mostra aos
fiéis o pão eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice e convida-os ao
banquete de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as
palavras prescritas do Evangelho.
85. É muito recomendável que os fiéis, como
também o próprio sacerdote deve fazer, recebam o Corpo do Senhor em hóstias
consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos (cf. n.
283), para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais
claramente como participação no sacrifício celebrado atualmente73.
86. Enquanto o sacerdote recebe o
Sacramento, entoa-se o canto da comunhão que exprime, pela unidade das vozes, a
união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e realça
mais a índole "comunitária" da procissão para receber a Eucaristia. O
canto prolonga-se enquanto se ministra a Comunhão aos fiéis74. Havendo, porém,
um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão.
Haja o cuidado para que também os
cantores possam comungar com facilidade.
87. Para o canto da comunhão pode-se tomar a
antífona do Gradual romano, com ou sem o salmo, a antífona com o salmo do
Gradual Simples ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência dos Bispos.
O canto é executado só pelo grupo dos cantores ou pelo grupo dos cantores ou
cantor com o povo.
Não havendo canto, a antífona
proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles ou
pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de
distribuir a Comunhão aos fiéis.
88. Terminada a distribuição da Comunhão,
ser for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio. Se desejar,
toda a assembléia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino.
89. Para completar a oração do povo de Deus
e encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a oração depois da
Comunhão, em que implora os frutos do mistério celebrado.
Na Missa se diz uma só oração
depois da Comunhão, que termina com a conclusão mais breve, ou seja:
- se for dirigida ao Pai: Por
Cristo, nosso Senhor;
- se for dirigida ao Pai, mas no
fim se fizer menção do Filho: Que vive e reina para sempre;
se for dirigida ao Filho: Que
viveis e reinais para sempre.
O povo pela aclamação Amém faz sua
a oração.
D) RITOS DE ENCERRAMENTO
90. Aos ritos de encerramento pertencem:
a) breves comunicações, se forem
necessárias;
b) saudação e bênção do sacerdote,
que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o
povo, ou por outra fórmula mais solene;
c) despedida do povo pelo diácono
ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e
bendizendo a Deus;
d) o beijo ao altar pelo sacerdote
e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o
diácono e os outros ministros.
CAPÍTULO III
FUNÇÕES E MINISTÉRIOS NA MISSA
91. A Celebração eucarística constitui uma
ação de Cristo e da Igreja, isto é, o povo santo, unido e ordenado sob a
direção do Bispo. Por isso, pertence a todo o Corpo da Igreja e o manifesta e
afeta; mas atinge a cada um dos seus membros de modo diferente, conforme a
diversidade de ordens, ofícios e da participação atual75. Desta forma, o povo
cristão, "geração escolhida, sacerdócio real, gente santa, povo de
conquista", manifesta sua organização coerente e hierárquica76. Todos,
portanto, quer ministros ordenados, quer fiéis leigos, exercendo suas funções e
ministérios, façam tudo e só aquilo que lhes compete77.
I. FUNÇÕES DE ORDEM SACRA
92. Toda celebração legítima da Eucaristia é
dirigida pelo Bispo, pessoalmente ou através dos presbíteros, seus
auxiliares78.
Quando o Bispo está presente à
Missa com afluência do povo, é de máxima conveniência que ele celebre a
Eucaristia e associe a si os presbíteros na sagrada ação como concelebrantes.
Isto se faz, não para aumentar a solenidade exterior do rito, mas para
manifestar mais claramente o mistério da Igreja, "sacramento da
unidade"79.
Se o Bispo não celebra a
Eucaristia, mas delega outro para fazê-lo, convém que ele próprio, de cruz
peitoral, de estola e revestido do pluvial sobre a alva, presida a liturgia da
palavra, e no fim da Missa, dê a bênção80.
93. O presbítero, que na Igreja tem o poder
sagrado da Ordem para oferecer o sacrifício em nome de Cristo81, também está à
frente do povo fiel reunido, preside à sua oração, anuncia-lhe a mensagem da
salvação, associa a si o povo no oferecimento do sacrifício a Deus Pai, por
Cristo, no Espírito Santo, dá aos seus irmãos o pão da vida eterna e participa
com eles do mesmo alimento. Portanto, quando celebra a Eucaristia, ele deve
servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e, pelo seu modo de agir e
proferir as palavras divinas, sugerir aos fiéis uma presença viva de Cristo.
94. Depois do presbítero, o diácono, em
virtude da sagrada ordenação recebida, ocupa o primeiro lugar entre aqueles que
servem na celebração eucarística. A sagrada Ordem do diaconado, realmente, foi
tida em grande apreço na Igreja já desde os inícios da era apostólica82. Na
Missa, o diácono tem partes próprias no anúncio do Evangelho e, por vezes, na
pregação da palavra de Deus, na proclamação das intenções da oração universal,
servindo o sacerdote na preparação do altar e na celebração do sacrifício, na
distribuição da Eucaristia aos fiéis, sobretudo sob a espécie do vinho e, por
vezes, na orientação do povo quanto aos gestos e posições do corpo.
II. FUNÇÕES DO POVO DE DEUS
95. Na celebração da Missa os fiéis
constituem o povo santo, o povo adquirido e o sacerdócio régio, para dar graças
a Deus e oferecer o sacrifício perfeito, não apenas pelas mãos do sacerdote,
mas também juntamente com ele, e aprender a oferecer-se a si próprios83.
Esforcem-se, pois, por manifestar isto através de um profundo senso religioso e
da caridade para com os irmãos que participam da mesma celebração.
Por isso, evitem qualquer tipo de
individualismo ou divisão, considerando sempre que todos têm um único Pai nos
céus e, por este motivo, são todos irmãos entre si.
96. Formem um único corpo, seja ouvindo a
palavra de Deus, seja tomando parte nas orações e no canto, ou sobretudo na
oblação comum do sacrifício e na comum participação da mesa do Senhor. Tal
unidade se manifesta muito bem quando todos os fiéis realizam em comum os
mesmos gestos e assumem as mesmas atitudes externas.
97. Os fiéis não se recusem a servir com alegria
ao povo de Deus, sempre que solicitados para algum ministério particular ou
função na celebração.
III. MINISTÉRIOS PARTICULARES
O ministério do acólito e do
leitor instituídos
98. O acólito é instituído para o serviço do
altar e auxiliar o sacerdote e o diácono. Compete-lhe principalmente preparar o
altar e os vasos sagrados, e, se necessário, distribuir aos fiéis a Eucaristia,
da qual é ministro extraordinário84.
No ministério do altar, o acólito possui
partes próprias (cf. n. 187-193) que ele mesmo deve exercer.
99. O leitor é instituído para proferir as
leituras da sagrada Escritura, exceto o Evangelho. Pode igualmente propor as
intenções para a oração universal, e faltando o salmista, proferir o salmo
entre as leituras.
Na celebração eucarística, o leitor
tem uma função própria (cf. n. 194-198), que ele mesmo deve exercer.
As demais funções
100. Não havendo acólito instituído, podem ser
delegados ministros leigos para o serviço do altar e ajuda ao sacerdote e ao
diácono, que levem a cruz, as velas, o turíbulo, o pão, o vinho e a água, ou
também sejam delegados como ministros extraordinários para a distribuição da
sagrada Comunhão85.
101. Na falta de leitor instituído, sejam
delegados outros leigos, realmente capazes de exercerem esta função e
cuidadosamente preparados, para proferir as leituras da Sagrada Escritura, para
que os fiéis, ao ouvirem as leituras divinas, concebam no coração um suave e
vivo afeto pela Sagrada Escritura86.
102. Compete ao salmista proclamar o salmo ou
outro cântico bíblico colocado entre as leituras. Para bem exercer a sua função
é necessário que o salmista saiba salmodiar e tenha boa pronúncia e dicção.
103. Entre os fiéis, exerce sua função
litúrgica o grupo dos cantores ou coral. Cabe-lhe executar as partes que lhe
são próprias, conforme os diversos gêneros de cantos, e promover a ativa
participação dos fiéis no canto87. O que se diz do grupo de cantores vale
também, com as devidas ressalvas, para os outros músicos, sobretudo para o
organista.
104. Convém que haja um cantor ou regente de
coro para dirigir e sustentar o canto do povo. Mesmo não havendo um grupo de
cantores, compete ao cantor dirigir os diversos cantos, com a devida
participação do povo88.
105. Exercem também uma função litúrgica:
a) O sacristão, que dispõe com
cuidado os livros litúrgicos, os paramentos e outras coisas necessárias na
celebração da Missa.
b) O comentarista, que,
oportunamente, dirige aos fiéis breves explicações e exortações, visando a
introduzi-los na celebração e dispô-los para entendê-la melhor. Convém que as
exortações do comentarista sejam cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras.
Ao desempenhar sua função, o comentarista fica em pé em lugar adequado voltado
para os fiéis, não, porém, no ambão.
c) Os que fazem as coletas na
igreja.
d) Os que, em certas regiões,
acolhem os fiéis às portas da igreja e os levam aos seus lugares e organizam as
suas procissões.
106. É conveniente, ao menos nas igrejas
catedrais e outras igrejas maiores, que haja algum ministro competente ou
mestre de cerimônias, a fim de que as ações sagradas sejam devidamente organizadas
e exercidas com decoro, ordem e piedade pelos ministros sagrados e os fiéis
leigos.
107. As funções litúrgicas, que não são
próprias do sacerdote ou do diácono e das quais se trata acima (n. 100-106),
podem ser confiadas também pelo pároco ou reitor da igreja a leigos idôneos89
com bênção litúrgica ou designação temporária. Quanto à função de servir ao
sacerdote junto ao altar, observem-se as normas dadas pelo Bispo para sua
diocese.
IV. A DISTRIBUIÇÃO DAS FUNÇÕES
E A PREPARAÇÃO DA CELEBRAÇÃO
108. Um e o mesmo sacerdote deve exercer a
função presidencial sempre em todas as suas partes, com exceção daquelas que
são próprias da Missa com a presença do Bispo (cf. acima, n. 92).
109. Achando-se presentes várias pessoas aptas
a exercerem o mesmo ministério, nada impede que distribuam entre si e exerçam
as diversas partes do mesmo ministério ou ofício. Por exemplo, um diácono pode
ser destinado a proferir as partes cantadas e outro, ao ministério do altar;
havendo várias leituras, é bom que sejam distribuídas entre diversos leitores;
e assim por diante. Mas não convém de modo algum que várias pessoas dividam
entre si um único elemento da celebração, por exemplo, a mesma leitura feita
por dois, um após o outro, a não ser se trate da Paixão do Senhor.
110. Se na Missa com o povo houver apenas um
ministro, ele mesmo exerça diversas funções.
111. A preparação prática de cada celebração
litúrgica, com espírito dócil e diligente, de acordo com o Missal e outros
livros litúrgicos, seja feita de comum acordo por todos aqueles a quem diz
respeito, seja quanto aos ritos, seja quanto ao aspecto pastoral e musical, sob
a direção do reitor da igreja e ouvidos também os fiéis naquilo que diretamente
lhes concerne. Contudo, ao sacerdote que preside a celebração, fica sempre o
direito de dispor sobre aqueles elementos que lhe competem90.
CAPÍTULO IV
AS DIVERSAS FORMAS DE
CELEBRAÇÃO DA MISSA
112. Na Igreja local deve-se dar o primeiro
lugar, por causa de sua significação, à Missa presidida pelo Bispo, cercado de
seu presbitério, diáconos e ministros leigos91, e na qual o povo santo de Deus
participa plena e ativamente, visto que aí se dá a principal manifestação da
Igreja.
Na Missa celebrada pelo Bispo, ou à
qual ele se faz presente sem que celebre a Eucaristia, observem-se as normas
que se encontram no Cerimonial dos Bispos92.
113. Dê-se igualmente grande valor à Missa
celebrada com uma comunidade, sobretudo a paroquial, uma vez que esta
representa a Igreja universal, em determinado tempo e lugar, principalmente
quando se trata da celebração comunitária do dia do Senhor93.
114. Entre as Missas celebradas em certas
comunidades, possui dignidade particular a Missa conventual, que faz parte do
Ofício cotidiano, ou a Missa chamada "da comunidade". Embora estas
Missas nada tenham de especial em sua celebração, é de suma conveniência que
sejam celebradas com canto, e sobretudo com a plena participação de todos os
membros da comunidade, religiosos ou cônegos. Nessas Missas, cada um exerça a
sua função segundo a Ordem ou o ministério que recebeu. Convém ainda que todos
os sacerdotes, não obrigados a celebrar individualmente por motivo pastoral,
concelebrem na medida do possível. Além disso, todos os membros da comunidade,
isto é, os sacerdotes obrigados a celebrar individualmente para o bem pastoral
dos fiéis, podem também concelebrar a Missa conventual ou "da
comunidade" no mesmo dia94. Convém que os presbíteros que participam da
celebração eucarística, a não ser que estejam escusados por justa causa,
exerçam normalmente a função da própria Ordem, participando de preferência como
concelebrantes, revestidos das vestes sagradas. Caso contrário, portam a veste
coral própria ou sobrepeliz sobre a veste talar.
I. A MISSA COM POVO
115. Entende-se por Missa com povo a que é
celebrada com participação de fiéis. Convém, na medida do possível, que a
celebração, sobretudo nos domingos e festas de preceito, se realize com canto e
conveniente número de ministros95, pode, porém, ser realizada sem canto e com
um ministro apenas.
116. Na celebração de qualquer Missa em que
esteja presente o diácono, este exerça a sua função. Convém, entretanto, que o
sacerdote celebrante seja assistido normalmente por um acólito, um leitor e um
cantor. O rito descrito em seguida prevê, porém, a possibilidade de maior
número de ministros.
O que é necessário preparar
117. O altar seja coberto ao menos com uma
toalha de cor branca. Sobre ele ou ao seu redor, coloquem-se, em qualquer
celebração, ao menos dois castiçais com velas acesas, ou então quatro ou seis,
sobretudo quando se trata de Missa dominical ou festiva de preceito, ou quando
celebrar o Bispo diocesano, colocam-se sete. Haja também sobre o altar ou em
torno dele, uma cruz com a imagem do Cristo crucificado. Os castiçais e a cruz,
ornada com a imagem do Cristo crucificado, podem ser trazidos na procissão de
entrada. Pode-se também colocar sobre o altar o Evangeliário, distinto do livro
das outras leituras.
118. Preparem-se também:
a) junto à cadeira do sacerdote: o
missal e, se for oportuno, um livro de cantos;
b) no ambão: o Lecionário;
c) na credência: cálice, corporal,
purificatório e, se for oportuno, pala; patena e, se necessário, cibórios; pão
para a Comunhão do sacerdote que preside, do diácono, dos ministros e do povo;
galhetas com vinho e água, a não ser que todas estas coisas sejam apresentadas
pelos fiéis na procissão das oferendas; recipiente com água a ser abençoada se
houver aspersão; patena para a Comunhão dos fiéis; e o que for necessário para
lavar as mãos.
O cálice, como convém, seja coberto
com um véu, que pode ser da cor do dia ou de cor branca.
119. Na
sacristia, conforme as diversas formas de celebração, preparem-se as vestes
sagradas (cf. n. 337-341) do sacerdote, do diácono e dos demais ministros:
a) para o sacerdote: alva, estola e
casula ou planeta;
b) para o diácono: alva, estola e
dalmática, que pode ser dispensada em sua falta, como também em celebrações
menos solenes;
c) para os demais ministros: alva
ou outras vestes legitimamente aprovadas96.
Quando se realiza a procissão da
entrada preparem-se também o Evangeliário; nos domingos e dias festivos, o
turíbulo e a naveta com incenso, quando se usa incenso; cruz a ser levada na
procissão e castiçais com velas acesas.
A) MISSA SEM DIÁCONO
Ritos iniciais
120. Reunido o povo, o sacerdote e os
ministros, revestidos das vestes sagradas, dirigem ao altar na seguinte ordem:
a) o turiferário com o turíbulo
aceso, quando se usa incenso;
b) os ministros que portam as velas
acesas e, entre eles, o acólito ou outro ministro com a cruz;
c) os acólitos e os outros
ministros;
d) o leitor, que pode conduzir um
pouco elevado o Evangeliário, não, porém, o lecionário;
e) o sacerdote que vai celebrar a
Missa.
Quando se usa incenso, antes de
iniciar a procissão, o sacerdote põe incenso no turíbulo, abençoando-o com o
sinal da cruz, sem nada dizer.
121. Enquanto se faz a procissão para o altar,
canta-se o canto da entrada (cf. n. 47-48).
122. Chegando ao altar, o sacerdote e os
ministros fazem inclinação profunda.
A cruz, ornada com a imagem do
Cristo crucificado trazida eventualmente na procissão, pode ser colocada junto
ao altar, de modo que se torna a cruz do altar, que deve ser uma só; caso
contrário, ela será guardada em lugar adequado; os castiçais são colocados
sobre o altar ou junto dele; o Evangeliário seja colocado sobre o altar.
123. O sacerdote sobe ao altar e beija-o em
sinal de veneração. Em seguida, se for oportuno, incensa a cruz e o altar,
contornando-o.
124. Em seguida, o sacerdote dirige-se à
cadeira. Terminado o canto da entrada, e estando todos de pé, o sacerdote e os
fiéis fazem o sinal da cruz. O sacerdote diz: Em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo. O povo responde: Amém.
Voltado para o povo e abrindo os
braços, o sacerdote saúda-o com uma das fórmulas propostas. Ele mesmo ou outro
ministro, pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fieis na Missa do dia.
125. Segue-se o ato penitencial. Em seguida, é
cantado ou recitado o Senhor, tende piedade, conforme as rubricas (cf. n. 52).
126. Nas celebrações previstas, canta-se ou se
recita o Glória (cf. n. 53).
127. Em seguida, o sacerdote convida o povo a
rezar, dizendo, de mãos unidas: Oremos. E todos, juntamente com ele, oram um
momento em silêncio.
Então o sacerdote, abrindo os braços, diz a oração do dia. Ao
terminar, o povo aclama: Amém.
Liturgia da Palavra
128. Concluída a oração do dia, todos se
assentam. O sacerdote pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na
liturgia da Palavra. O leitor, por sua vez, dirige-se ao ambão, e do Lecionário
já aí colocado antes da Missa, proclama a primeira leitura, que todos escutam.
No fim, o leitor profere a aclamação Palavra do Senhor, respondendo todos
Graças a Deus.
Se for oportuno, pode-se, então,
observar um breve espaço de silêncio, para que todos meditem o que ouviram.
129. Em seguida, o salmista ou o próprio
leitor, profere os versículos do salmo ao que o povo normalmente responde com o
refrão.
130. Se houver uma segunda leitura antes do
Evangelho, o leitor a proclama do ambão, enquanto todos escutam, respondendo,
no fim, com a aclamação, como se disse acima (n. 128). Em seguida, se for
oportuno, pode-se observar um breve espaço de silêncio.
131. Depois, todos se põem de pé e canta-se o
Aleluia ou outro canto, conforme as exigências do tempo litúrgico (cf. n.
62-64).
132. Enquanto se canta o Aleluia ou outro
canto, o sacerdote, se usar incenso, coloca-o no turíbulo e o abençoa. A
seguir, com as mãos unidas, e profundamente inclinado diante do altar, diz em
silêncio: Ó Deus todo-poderoso, purificai-me.
133. Toma, então, o Evangeliário, se estiver no
altar e, precedido dos ministros leigos, que podem levar o turíbulo e os
castiçais, dirige-se para o ambão, conduzindo o Evangeliário um pouco elevado.
Os presentes voltam-se para o ambão, manifestando uma especial reverência ao
Evangelho de Cristo.
134. No ambão, o sacerdote abre o livro e, de
mãos unidas, diz: O Senhor esteja convosco, respondendo o povo: Ele está no
meio de nós e, a seguir, Proclamação do Evangelho, fazendo com o polegar o
sinal da cruz sobre o livro e sobre si mesmo, na fronte, na boca e no peito,
acompanhado nisso por todos. O povo aclama, dizendo: Glória a vós, Senhor. O
sacerdote incensa o livro, se usar incenso (cf. n. 276-277). A seguir, proclama
o Evangelho e, ao terminar, profere a aclamação: Palavra da Salvação,
respondendo todos: Glória a vós, Senhor. O sacerdote beija o livro, dizendo em
silêncio: Pelas palavras do Santo Evangelho.
135. Se não houver leitor, o próprio sacerdote,
de pé ao ambão, diz todas as leituras bem como o salmo. Também aí, se usar
incenso, ele o coloca e abençoa e, profundamente inclinado, diz: Ó Deus
todo-poderoso, purificai-me.
136. O sacerdote, de pé junto à cadeira ou no
próprio ambão, ou ainda, se for oportuno, em outro lugar adequado, profere a
homilia; ao terminar, pode-se observar um tempo de silêncio.
137. O símbolo é cantado ou recitado pelo
sacerdote com o povo (cf. n. 68), estando todos de pé. Às palavras E se
encarnou pelo Espírito Santo, todos se inclinam profundamente, mas nas
solenidades da Anunciação do Senhor e do Natal do Senhor todos se ajoelham.
138. Terminado o símbolo, o sacerdote, de pé
junto à cadeira e de mãos unidas, com breve exortação convida os fiéis à oração
universal. A seguir, o cantor, o leitor ou outra pessoa, do ambão ou de outro
lugar apropriado e voltado para o povo propõe as intenções, às quais o povo,
por sua vez, responde suplicante. Por fim, o sacerdote, de mãos estendidas,
conclui a prece por uma oração.
Liturgia eucarística
139. Terminada a oração universal, todos se
assentam e tem início o canto do ofertório (cf. n. 74).
O acólito ou outro ministro leigo
coloca sobre o altar o corporal, o purificatório, o cálice, a pala e o missal.
140. Convém que a participação dos fiéis se
manifeste através da oferta do pão e vinho para a celebração da Eucaristia, ou
de outras dádivas para prover às necessidades da igreja e dos pobres.
As oblações dos fiéis são recebidas
pelo sacerdote, ajudado pelo acólito ou outro ministro. O pão e o vinho para a
Eucaristia são levados para o celebrante, que as depõe sobre o altar, enquanto
as outras dádivas são colocadas em outro lugar adequado (cf. n. 73).
141. Ao altar, o sacerdote recebe a patena com
pão, e a mantém levemente elevada sobre o altar com ambas as mãos, dizendo em
silêncio: Bendito sejais, Senhor. E depõe a patena com o pão sobre o corporal.
142 Em seguida, de pé, no lado do altar,
derrama vinho e um pouco d'água no cálice, dizendo em silêncio: Por esta água,
enquanto o ministro lhe apresenta as galhetas. Retornando ao centro do altar,
com ambas as mãos mantém um pouco elevado o cálice preparado, dizendo em
silêncio: Bendito sejais, Senhor; e depõe o cálice sobre o corporal, cobrindo-o
com a pala, se julgar oportuno.
Contudo, se não houver canto de
preparação das oferendas ou não houver música de fundo do órgão, na
apresentação do pão e do vinho, o sacerdote pode proferir em voz alta as
fórmulas de bendição, respondendo o povo: Bendito seja Deus para sempre.
143. Depois de colocado o cálice sobre o altar,
o sacerdote, profundamente inclinado, diz em silêncio: De coração contrito.
144. A seguir, se usar incenso, o sacerdote o
coloca no turíbulo, abençoa-o sem nada dizer e incensa as oferendas, a cruz e o
altar. O ministro, de pé, ao lado do altar, incensa o sacerdote e, sem seguida,
o povo.
145. Após a oração De coração contrito, ou
depois da incensação, o sacerdote, de pé ao lado do altar, lava as mãos,
dizendo em silêncio: Lavai-me, Senhor, enquanto o ministro derrama a água.
146. Outra vez no centro do altar, o sacerdote,
de pé e voltado para o povo, estendendo e unindo as mãos, convida o povo a
rezar, dizendo: Orai, irmãos e irmãs etc. O povo põe-se de pé e responde,
dizendo: Receba o Senhor. Em seguida, o sacerdote, de mãos estendidas, diz a
Oração sobre as oferendas. No fim o povo aclama: Amém.
147. O sacerdote inicia a Oração eucarística.
Conforme as rubricas (cf. n. 365) ele escolhe uma das Orações eucarísticas do
Missal Romano, ou aprovadas pela Sé Apostólica. A Oração eucarística, por sua
natureza, exige que somente o sacerdote, em virtude de sua ordenação, a
profira. O povo, por sua vez, se associe ao sacerdote na fé e em silêncio e por
intervenções previstas no decurso da Oração eucarística, que são as respostas
no diálogo do Prefácio, o Santo, a aclamação após a consagração, e a aclamação
Amém, após a doxologia final, bem como outras aclamações aprovadas pela
Conferência dos Bispos e reconhecidas pela Santa Sé.
É muito conveniente que o sacerdote
cante as partes da Oração eucarística, enriquecidas pela música.
148. Iniciando a Oração eucarística, o
sacerdote, estendendo as mãos, canta ou diz: O Senhor esteja convosco, e o povo
responde: Ele está no meio de nós. Enquanto prossegue: Corações ao alto, eleva
as mãos. O povo responde: O nosso coração está em Deus. O sacerdote, de mãos
estendidas, acrescenta: Demos graças ao Senhor, nosso Deus, e o povo responde:
É nosso dever e nossa salvação. Em seguida, o sacerdote, de mãos estendidas,
continua o Prefácio; terminado este, une as mãos e com todos os presentes,
canta ou diz em voz alta: Santo (cf. n. 79,b).
149. O sacerdote continua a Oração eucarística
conforme as rubricas, que se encontram em cada uma dessas Orações.
Se o celebrante é Bispo, nas
Preces, após as palavras: pelo vosso servo o Papa N., acrescenta: e por mim,
vosso indigno servo. Quando o Bispo celebra fora de sua diocese, após as
palavras: pelo vosso servo o Papa N., acrescenta: por mim, vosso indigno servo
e por meu irmão N., Bispo desta Igreja N., ou após as palavras: de nosso Papa
N., acrescenta: de mim, vosso indigno servo e de meu irmão N., Bispo desta
Igreja N.
O Bispo diocesano, ou quem for de
direito equiparado a ele, deve ser nomeado com esta fórmula: com o Papa N., com
o nosso Bispo (ou: Vigário, Prelado, Prefeito, Abade) N.
O Bispo Coadjutor e os Auxiliares,
não, porém, outros bispos, eventualmente, presentes, podem ser nomeados na
Oração eucarística. Quando vários devem ser nomeados, pode-se fazê-lo em forma
geral: e o nosso Bispo N. e seus Bispos auxiliares.
150. Um pouco antes da consagração, o ministro,
se for oportuno, adverte os fiéis com um sinal da campainha. Faz o mesmo em
cada elevação, conforme o costume da região.
Se for usado incenso, ao serem
mostrados ao povo a hóstia e o cálice após a consagração, o ministro os
incensa.
151. Após a consagração, tendo o sacerdote
dito: Eis o mistério da fé, o povo profere a aclamação, usando uma das fórmulas
prescritas.
No fim da Oração eucarística, o
sacerdote, tomando a patena com a hóstia e o cálice ou elevando ambos juntos
profere sozinho a doxologia: Por Cristo. Ao término, o povo aclama: Amém. Em
seguida, o sacerdote depõe a patena e o cálice sobre o corporal.
152. Concluída a Oração eucarística, o
sacerdote, de mãos unidas, diz a exortação que precede a Oração do Senhor e, a
seguir, de mãos estendidas, proclama-a juntamente com o povo.
153. Terminada a Oração do Senhor, o sacerdote,
de mãos estendidas, diz sozinho, o embolismo: Livrai-nos de todos os males, no
fim do qual o povo aclama: Vosso é o reino.
154. Em seguida, o sacerdote, de mãos
estendidas, diz em voz alta a oração Senhor Jesus Cristo, dissestes; terminada
esta, estendendo e unindo as mãos, voltado para o povo, anuncia a paz, dizendo:
A paz do Senhor esteja sempre convosco. O povo responde: O amor de Cristo nos
uniu. Depois, conforme o caso, o sacerdote acrescenta: Meus irmãos e minhas
irmãs, saudai-vos em
Cristo Jesus.
O sacerdote pode dar a paz aos ministros,
mas sempre permanecendo no âmbito do presbitério, para que não se perturbe a
celebração. Faça o mesmo se por motivo razoável quiser dar a paz para alguns
poucos fiéis. Todos, porém, conforme as normas estabelecidas pela Conferência
dos Bispos, expressam mutuamente a paz, a comunhão e a caridade. Enquanto se dá
a paz, pode-se dizer: A paz do Senhor esteja sempre contigo, sendo a resposta:
Amém.
155. A seguir, o sacerdote toma a hóstia,
parte-a sobre a patena e deixa cair uma partícula no cálice, dizendo em
silêncio: Esta união. Enquanto isso, o coral e o povo cantam ou dizem o
Cordeiro de Deus (cf. n. 83).
156. Em seguida, o sacerdote, em silêncio, e
com as mãos juntas, diz a oração da Comunhão: Senhor Jesus Cristo, Filho de
Deus vivo, ou Senhor Jesus Cristo, o vosso Corpo.
157. Terminada a oração, o sacerdote faz
genuflexão, toma a hóstia consagrada na mesma missa e segurando-a um pouco
elevada sobre a patena ou sobre o cálice, diz voltado para o povo: Felizes os
convidados etc, e, juntamente com o povo, acrescenta uma só vez: Senhor, eu não
sou digno.
158. De pé e voltado para o altar, o sacerdote
diz em silêncio: O Corpo de Cristo me guarde para a vida eterna, e comunga com
reverência o Corpo de Cristo. A seguir, segura o cálice e diz em silêncio: Que
o Sangue de Cristo me guarde para a vida eterna, e com reverência bebe o Sangue
de Cristo.
159. Enquanto o sacerdote comunga o Sacramento,
entoa-se o canto da Comunhão (cf. n. 86).
160. O sacerdote toma, então, a patena ou o
cibório e se aproxima dos que vão comungar e que normalmente se aproximam em
procissão.
Não é permitido aos fiéis receber
por si mesmos o pão consagrado nem o cálice consagrado e muito menos passar de
mão em mão entre si. Os fiéis comungam ajoelhados ou de pé, conforme for
estabelecido pela Conferência dos Bispos. Se, no entanto, comungarem de pé,
recomenda-se que, antes de receberem o Sacramento, façam devida reverência, a
ser estabelecida pelas mesmas normas.
161. Se a Comunhão é dada sob a espécie do pão
somente, o sacerdote mostra a cada um a hóstia um pouco elevada, dizendo: O
Corpo de Cristo. Quem vai comungar responde: Amém, recebe o Sacramento, na boca
ou, onde for concedido, na mão, à sua livre escolha. O comungante, assim que
recebe a santa hóstia, consome-a inteiramente.
Quando a Comunhão se fizer sob as
duas espécies, observe-se o rito descrito no lugar próprio (cf. n. 284-287).
162. Outros presbíteros eventualmente presentes
podem ajudar o sacerdote na distribuição da Comunhão. Se não houver e se o
número dos comungantes for muito grande, o sacerdote pode chamar ministros
extraordinários para ajudá-lo, ou seja, o acólito instituído bem como outros
fiéis, que para isso foram legitimamente delegados97. Em caso de necessidade, o
sacerdote pode delegar fiéis idôneos para o caso particular98.
Estes ministros não se aproximem do
altar antes que o sacerdote tenha tomado a Comunhão, recebendo sempre o vaso
que contém as espécies da Santíssima Eucaristia a serem distribuídas aos fiéis,
da mão do sacerdote celebrante.
163. Terminada a distribuição da Comunhão, o
próprio sacerdote, no altar, consome imediatamente todo o vinho consagrado que
tenha sobrado; as hóstias que sobram, ele as consome ao altar ou as leva ao
lugar destinado à conservação da Eucaristia.
Tendo voltado para o altar, o
sacerdote recolhe os fragmentos, se os houver; a seguir, de pé ao altar, ou
junto da credência, purifica a patena ou o cibório sobre o cálice; depois,
purifica o cálice dizendo em silêncio: Fazei, Senhor, e enxuga-o com o
sanguinho. Se os vasos foram purificados sobre o altar, o ministro leva-os para
a credência. Pode-se também deixar, devidamente cobertos no altar ou na
credência, sobre o corporal, os vasos a purificar, sobretudo quando são muitos,
e purificá-los imediatamente após a Missa, depois da despedida do povo.
164. Em seguida, o sacerdote pode voltar à
cadeira. Pode-se guardar durante algum tempo um sagrado silêncio, ou entoar um
salmo ou outro canto ou hino de louvor (cf. n. 88).
165. A seguir, de pé, junto à cadeira ou ao
altar, voltado para o povo, o sacerdote diz, de mãos unidas Oremos, e de mãos
estendidas, recita a Oração depois da Comunhão, que pode ser precedida de um
momento de silêncio, a não ser que já se tenha guardado silêncio após a
Comunhão. No fim da oração o povo aclama: Amém.
Ritos finais
166. Terminada a oração depois da comunhão,
façam-se, se necessário, breves comunicações ao povo.
167. Em seguida, o sacerdote, estendendo as
mãos, saúda o povo, dizendo: O Senhor esteja convosco, e o povo responde: Ele
está no meio de nós. E o sacerdote, unindo novamente as mãos, acrescenta logo,
recolhendo a mão esquerda sobre o peito e elevando a mão direita: Abençoe-vos
Deus todo-poderoso, e traçando o sinal da cruz sobre o povo, prossegue: Pai, e
Filho, e Espírito Santo. Todos respondem: Amém.
Em certos dias e ocasiões, esta
bênção é enriquecida e expressa, conforme as rubricas, pela oração sobre o povo
ou outra fórmula mais solene.
O Bispo abençoa o povo com fórmula
apropriada, traçando três vezes o sinal da cruz sobre o povo99.
168. Logo após a bênção, o sacerdote, de mãos
unidas, acrescenta: Ide em paz e o Senhor vos acompanhe e todos respondem:
Graças a Deus.
169. O sacerdote beija o altar, como de costume
e, feita a ele com os ministros leigos profunda inclinação, com eles se retira.
170. Se houver depois da Missa alguma ação
litúrgica, omitem-se os ritos finais, isto é, a saudação, a bênção e a
despedida.
B) MISSA COM DIÁCONO
171. Quando está presente à celebração
eucarística, o diácono, revestido das vestes sagras, exerça seu ministério.
Assim, o diácono:
a) assiste o sacerdote e caminha a
seu lado;
b) ao altar, encarrega-se do cálice
e do livro;
c) proclama o Evangelho e, por
mandado do sacerdote celebrante, pode fazer a homilia (cf. n. 66);
d) orienta o povo fiel através de
oportunas exortações e enuncia as intenções da oração universal;
e) auxilia o sacerdote celebrante
na distribuição da Comunhão e purifica e recolhe os vasos sagrados;
f) se não houver outros ministros,
exerce as funções deles, conforme a necessidade.
Ritos iniciais
172. Conduzindo o Evangeliário, pouco elevado,
o diácono precede o sacerdote que se dirige ao altar; se não, caminha a seu
lado.
173. Chegando ao altar, se conduzir o
Evangeliário, omitida a reverência, sobe ao altar. E, tendo colocado o
Evangeliário com deferência sobre o altar, com o sacerdote venera o altar com
um ósculo.
Se, porém, não conduzir o
Evangeliário, faz, como de costume, com o sacerdote profunda inclinação ao
altar e, com ele, venera-o com um ósculo.
Por fim, se for usado incenso,
assiste o sacerdote na colocação do incenso e na incensação da cruz e do altar.
174. Incensado o altar, dirige-se para a sua
cadeira com o sacerdote, permanecendo aí ao lado do sacerdote e servindo-o
quando necessário.
Liturgia da palavra
175. Enquanto é proferido o Aleluia ou outro
canto, o diácono, quando se usa incenso, serve o sacerdote na imposição do
incenso. Em seguida, profundamente inclinado diante do sacerdote, pede, em voz
baixa a bênção, dizendo: Dá-me a tua bênção. O sacerdote o abençoa, dizendo: O
Senhor esteja em teu coração. O diácono faz o sinal da cruz e responde: Amém.
Em seguida, feita uma inclinação ao altar, toma o Evangeliário, que
louvavelmente se encontra colocado sobre o altar e dirige-se ao ambão, levando
o livro um pouco elevado, precedido do turiferário com o turíbulo fumegante e
dos ministros com velas acesas. Ali, ele saúda o povo, dizendo de mãos unidas:
O Senhor esteja convosco e, em seguida, às palavras Proclamação do Evangelho,
traça o sinal da cruz com o polegar sobre o livro e, a seguir, sobre si mesmo,
na fronte, sobre a boca e o peito, incensa o livro e proclama o Evangelho. Ao
terminar, aclama: Palavra da Salvação, respondendo todos: Glória a vós, Senhor.
Em seguida, beija o livro, dizendo em silêncio: Pelas palavras do santo
Evangelho, e volta para junto do sacerdote.
Quando o diácono serve ao Bispo,
leva-lhe o livro para ser osculado ou ele mesmo o beija, dizendo em silêncio:
Pelas palavras do santo Evangelho. Em celebrações mais solenes o Bispo,
conforme a oportunidade, abençoa o povo com o Evangeliário.
Por fim, o Evangeliário pode ser
levado para a credência ou outro lugar adequado e digno.
176. Não havendo outro leitor preparado, o
diácono profere também as outras leituras.
177. Após a introdução do sacerdote, o diácono
propõe, normalmente do ambão, as intenções da oração dos féis.
Liturgia eucarística
178. Terminada a oração universal, enquanto o
sacerdote permanece em sua cadeira, o diácono prepara o altar com a ajuda do
acólito; cabe-lhe ainda cuidar dos vasos sagrados. Assiste o sacerdote na
recepção das dádivas do povo. Entrega ao sacerdote a patena com o pão que vai
ser consagrado; derrama vinho e um pouco d'água no cálice, dizendo em silêncio:
Pelo mistério desta água e, em seguida, apresenta o cálice ao sacerdote. Ele pode
fazer esta preparação do cálice também junto à credência. Quando se usa
incenso, serve o sacerdote na incensação das oferendas, da cruz e do altar, e
depois ele mesmo ou o acólito incensa o sacerdote e o povo.
179. Durante a Oração eucarística, o diácono
permanece de pé junto ao sacerdote, mas um pouco atrás, para cuidar do cálice
ou do missal, quando necessário.
A partir da epiclese até a
apresentação do cálice o diácono normalmente permanece de joelhos. Se houver
vários diáconos, um deles na hora da consagração pode colocar incenso no
turíbulo e incensar na apresentação da hóstia e do cálice.
180. À doxologia final da Oração eucarística,
de pé ao lado do sacerdote, eleva o cálice, enquanto o sacerdote eleva a patena
com a hóstia, até que o povo tenha aclamado: Amém.
181. Depois que o sacerdote disse a oração pela
paz e: A paz do Senhor esteja sempre convosco, o povo responde: O amor de
Cristo nos uniu, o diácono, se for o caso, faz o convite à paz, dizendo, de
mãos juntas e voltado para o povo: Meus irmãos e minhas irmãs, saudai-vos em Cristo Jesus. Ele ,
por sua vez, recebe a paz do sacerdote e pode oferecê-la aos outros ministros
que lhe estiverem mais próximos.
182. Tendo o sacerdote comungado, o diácono
recebe a Comunhão sob as duas espécies do próprio sacerdote e, em seguida,
ajuda o sacerdote a distribuir a Comunhão ao povo. Sendo a Comunhão ministrada
sob as duas espécies, apresenta o cálice aos comungantes e, terminada a
distribuição, consome logo com reverência, ao altar, todo o Sangue de Cristo
que tiver sobrado, com a ajuda, se for o caso, dos demais diáconos e dos
presbíteros.
183. Concluída a distribuição da Comunhão, o
diácono volta com o sacerdote ao altar e reúne os fragmentos, se os houver. A
seguir, leva o cálice e os outros vasos sagrados para a credência, onde os
purifica e compõe como de costume, enquanto o sacerdote regressa à cadeira.
Podem-se deixar devidamente cobertos na credência, sobre o corporal, os vasos a
purificar e purificá-los imediatamente após a Missa, depois da despedida do
povo.
Ritos finais
184. Após a Oração depois da Comunhão, o
diácono faz breves comunicações que se fizerem necessárias ao povo, a não ser
que o próprio sacerdote prefira fazê-lo.
185. Se for usada a oração sobre o povo ou a
fórmula da bênção solene, o diácono diz: Inclinai-vos para receber a bênção.
Dada a bênção pelo sacerdote, o diácono despede o povo, dizendo de mãos unidas
e voltado para o povo: Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
186. A seguir, junto com o sacerdote, venera
com um ósculo o altar e, feita uma inclinação profunda, retira-se como à
entrada.
C) FUNÇÕES DO ACÓLITO
187. As funções que o acólito pode exercer são
de diversos tipos; alguns deles podem ocorrer simultaneamente. Convém, por
isso, que sejam oportunamente distribuídas entre várias pessoas; mas se estiver
presente um único acólito, este execute o que for mais importante,
distribuindo-se as demais entre outros ministros.
Ritos iniciais
188. Na procissão para o altar, o acólito pode
levar a cruz, entre dois ministros que levam velas acesas. Depois de chegar ao
altar, depõe a cruz perto do altar, de modo que se torne a cruz do altar; se
não, guarda-a em lugar digno. Em seguida, ocupa o seu lugar no presbitério.
189. Durante toda a celebração, cabe ao acólito
aproximar-se do sacerdote ou do diácono, para lhes apresentar o livro e
ajudá-los em outras coisas necessárias. Convém, portanto, que, na medida do
possível, ocupe um lugar do qual possa comodamente cumprir o seu ministério,
quer junto à cadeira quer junto ao altar.
Liturgia eucarística
190. Não havendo diácono, depois de concluída a
oração universal, enquanto o sacerdote permanece junto à cadeira, o acólito põe
sobre o altar o corporal, o purificatório, o cálice, a pala e o missal. A
seguir, se for o caso, ajuda o sacerdote a receber os donativos do povo e,
oportunamente, leva para o altar o pão e o vinho e os entrega ao sacerdote.
Usando-se incenso, apresenta ao sacerdote o turíbulo e o auxilia na incensação
das oferendas, da cruz e do altar. Em seguida, incensa o sacerdote e o povo.
191. O acólito legalmente instituído, como
ministro extraordinário, pode, se for necessário, ajudar o sacerdote a
distribuir a Comunhão ao povo100.Se a Comunhão for dada sob as duas espécies,
na ausência do diácono, o acólito ministra o cálice aos comungantes, ou segura
o cálice, se a comunhão for dada por intinção.
192. Do mesmo modo, o acólito legalmente
instituído, terminada a distribuição da Comunhão, ajuda o sacerdote ou o
diácono a purificar e arrumar os vasos sagrados. Na falta de diácono, o acólito
devidamente instituído leva os vasos sagrados para a credência e ali, como de
costume, os purifica, os enxuga e os arruma.
193. Terminada a Missa, o acólito e os demais
ministros, junto com o sacerdote e o diácono, voltam processionalmente à
sacristia, do mesmo modo e na mesma ordem em que vieram.
D) FUNÇÕES DO LEITOR
Ritos iniciais
194. Na procissão ao altar, faltando o diácono,
o leitor, revestido de vestes aprovadas, pode levar o Evangeliário um pouco
elevado; neste caso, caminha à frente do sacerdote; do contrário, com os demais
ministros.
195. Ao chegar ao altar, faz com os outros
profunda inclinação. Se levar o Evangeliário, sobe ao altar e depõe o
Evangeliário sobre ele. A seguir, ocupa, com os demais ministros, seu lugar no
presbitério.
Liturgia da palavra
196. O acólito profere, do ambão, as leituras
que precedem o Evangelho. Não havendo salmista, pode proferir também o salmo
responsorial depois da primeira leitura.
197. Na falta de diácono, depois que o
sacerdote fez a introdução, pode proferir, do ambão, as intenções da oração
universal.
198. Se não houver canto à Entrada e à
Comunhão, e os fiéis não recitarem as antífonas propostas no missal, o leitor
as pode proferir no momento oportuno (cf. n. 48 e 87).
II. MISSA CONCELEBRADA
199. A concelebração, que manifesta
convenientemente a unidade do sacerdócio e do sacrifício, bem como a unidade de
todo o povo de Deus, é prescrita pelo próprio rito: na ordenação de Bispo e de
Presbíteros, na bênção de Abade e na Missa do Crisma.
Além disso, se recomenda, a não ser
que o bem pastoral dos fiéis exija ou aconselhe outra coisa:
a) na Missa vespertina na Ceia do
Senhor;
b) na Missa de Concílios, Reuniões
de Bispos e de Sínodos;
c) na Missa conventual e na Missa
principal nas igrejas e oratórios;
d) nas Missas de reuniões
sacerdotais de qualquer tipo, seja de seculares seja de religiosos101.
Contudo, a cada sacerdote é
permitido celebrar a Eucaristia de forma individual, mas não no mesmo tempo, em
que na mesma igreja ou oratório, se realiza uma concelebração. No entanto, na
Quinta-feira, na Ceia do Senhor e na Missa da Vigília pascal, não é permitido
oferecer o sacrifício de modo individual.
200. Os presbíteros em peregrinação, sejam
acolhidos de bom grado para a concelebração eucarística, contanto que seja
reconhecida sua condição sacerdotal.
201. Onde houver grande número de sacerdotes, a
concelebração pode realizar-se várias vezes no mesmo dia, onde a necessidade ou
utilidade pastoral o aconselhar; mas deve ser feita em momentos sucessivos ou
em lugares sagrados diversos102.
202. Compete ao Bispo, segundo as normas do
direito, dirigir a disciplina da concelebração em todas as igrejas e oratórios
de sua diocese.
203. Tenha-se em particular apreço a
concelebração em que os presbíteros de uma diocese concelebram com o próprio
Bispo, na Missa estacional, principalmente nas maiores solenidades do ano
litúrgico, na Missa de ordenação de um novo Bispo da diocese ou do seu
Coadjutor ou Auxiliar, na Missal do Crisma, na Missa vespertina, na Ceia do
Senhor, nas celebrações do Santo Fundador da Igreja local ou Patrono da
diocese, nos aniversários do Bispo e por ocasião de um Sínodo ou visita
pastoral.
Pelo mesmo motivo, recomenda-se a
concelebração todas as vezes que os presbíteros se reúnem com o seu Bispo, por
ocasião dos exercícios espirituais ou de algum encontro. Nesses casos se
manifesta de forma ainda mais clara a unidade do sacerdócio e da Igreja, que
caracteriza cada concelebração103.
204. Por motivo especial, quer pela
significação do rito, quer pela importância da festa, é permitido celebrar ou
concelebrar mais vezes no mesmo dia, nos seguintes casos:
a) se alguém, na Quinta-feira
Santa, celebrou ou concelebrou a Missa do Crisma, pode celebrar ou concelebrar
a Missa vespertina, na Ceia do Senhor;
b) se alguém celebrou ou concelebrou a
Missa da Vigília pascal pode celebrar ou concelebrar a Missa no dia da Páscoa;
c) no Natal do Senhor, todos os
sacerdotes podem celebrar ou concelebrar três Missas, contanto que sejam
celebradas em suas horas próprias;
d) na Comemoração de todos os fiéis
defuntos, todos os sacerdotes podem celebrar ou concelebrar três Missas,
contanto que as celebrações se façam em momentos diversos, e observado o que é
prescrito a respeito da aplicação da segunda e da terceira Missa104;
e) se alguém concelebra com o Bispo
ou seu delegado no Sínodo, na visita pastoral ou em reuniões de sacerdotes,
pode, para o bem dos fiéis, celebrar outra Missa. O mesmo vale, com as devidas
ressalvas, para os encontros de religiosos.
205. A Missa concelebrada, nas suas diversas
modalidades, segue as normas previstas (cf. n. 112-198), observando-se, ou
mudando-se o que vem exposto a seguir.
206. Ninguém se associe nem seja admitido a
concelebrar, depois de já iniciada a Missa.
207. Preparem-se no presbitério:
a) cadeiras e livretes para os
sacerdotes concelebrantes;
b) na credência: cálice de tamanho
suficiente ou vários cálices.
208. Se não houver diácono suas funções serão
desempenhadas por alguns dos concelebrantes.
Se também não houver outros
ministros, partes que lhes são próprias podem ser confiadas a outros fiéis
capacitados; caso contrário, serão desempenadas por alguns dos concelebrantes.
209. Os concelebrantes vestem na secretaria ou
noutro lugar adequado, os paramentos que usam normalmente ao celebrarem a
Missa. Se houver motivo justo, como, por exemplo, grande número de
concelebrantes e escassez de paramentos, podem os concelebrantes, exceto sempre
o celebrante principal, dispensar a casula ou planeta, e usar apenas a estola
sobre a alva.
Ritos iniciais
210. Estando tudo preparado, faz-se como de
costume a procissão pela igreja até o altar. Os sacerdotes concelebrantes
seguem à frente do celebrante principal.
211. Ao chegarem ao altar, os concelebrantes e
o celebrante principal, feita profunda inclinação, veneram o altar com um
ósculo, e se encaminham para as suas cadeiras. O celebrante principal, se for
oportuno, incensa a cruz e o altar e, em seguida, vai até a cadeira.
Liturgia da palavra
212. Durante a liturgia da Palavra, os
concelebrantes ocupam os seus lugares e levantam-se com o celebrante principal.
Iniciado o Aleluia, todos se
levantam, exceto o Bispo, que coloca incenso, sem nada dizer e dá a bênção ao
diácono ou, na sua ausência, ao concelebrante que vai proclamar o Evangelho.
Contudo, na concelebração presidida por um presbítero, o concelebrante que, na
ausência do diácono proclama o Evangelho, não pede nem recebe a bênção do
celebrante principal.
213. A homilia normalmente será feita pelo
celebrante principal ou por um dos concelebrantes.
Liturgia eucarística
214. A preparação dos dons (cf. n. 139-146) é
feita pelo celebrante principal, enquanto os outros concelebrantes permanecem
nos respectivos lugares.
215. Depois que o celebrante principal concluiu
a oração sobre as oferendas, os concelebrantes aproximam-se do altar e
colocam-se em torno dele, mas de tal forma que não dificultem a realização dos
ritos e a visão das cerimônias sagradas por parte dos fiéis, nem impeçam o
acesso do diácono ao altar ao exercer a sua função.
O diácono exerce o sua função junto
ao altar, ministrando, quando necessário, o cálice e o Missal. Contudo, quanto
possível, permanece de pé, um pouco atrás, após os sacerdotes concelebrantes,
colocados em torno do celebrante principal.
O modo de proferir a Oração
eucarística
216. O Prefácio é cantado ou proclamado somente
pelo sacerdote celebrante principal; mas o Santo é cantado ou recitado por
todos os concelebrantes junto com o povo e o grupo de cantores.
217. Terminado o Santo, os sacerdotes
concelebrantes prosseguem a Oração eucarística na maneira como se determina a
seguir. Só o celebrante principal fará os gestos indicados, caso não se
determine outra coisa.
218. As partes que são proferidas conjuntamente
por todos os concelebrantes e, sobretudo as palavras da consagração, que todos
devem expressar, quando forem recitadas, sejam ditas em voz tão baixa de tal
modo que se ouça claramente a voz do celebrante principal. Dessa forma as
palavras são mais facilmente entendidas pelo povo.
As partes a serem proferidas por
todos os concelebrantes juntos, ornadas com notas no missal, são de preferência
cantadas.
Oração eucarística I, ou Cânon
romano
219. Na Oração eucarística I, ou Cânon romano,
o Pai de misericórdia é dito somente pelo celebrante principal, de mãos
estendidas.
220. O Lembrai-vos, ó Pai e o Em comunhão
convém que sejam confiados a um ou dois sacerdotes concelebrantes, que, cada
um, em voz alta e de mãos estendidas, diz sozinho a sua parte.
221. O Recebei, ó Pai, é dito novamente apenas
pelo celebrante principal de mãos estendidas.
222. Do Dignai-vos, ó Pai,
aceitar até o Nós vos suplicamos, o celebrante principal realiza os gestos,
enquanto todos os concelebrantes dizem tudo juntos, da seguinte forma:
a) O Dignai-vos, ó Pai, aceitar,
com as mãos estendidas para as oferendas;
b) Na noite e Do mesmo modo, de
mãos unidas;
c) as palavras do Senhor, com a mão
direita estendida para o pão e o cálice, se parecer oportuno; à apresentação,
olham para a hóstia e o cálice e depois se inclinam profundamente;
d) o Celebrando, pois, a memória e
o Recebei, ó Pai, esta oferenda, de mãos estendidas;
e) o Nós vos suplicamos, inclinados
e de mãos unidas até as palavras recebendo o Corpo e o Sangue e erguem-se
fazendo o sinal da cruz às palavras sejamos repletos de todas as graças e
bênçãos do céu.
223. O Lembrai-vos, ó Pai e o E a todos nós
pecadores convém que sejam confiados a um ou dois sacerdotes concelebrantes,
que, cada um, em voz alta e de mãos estendidas, diz sozinho a sua parte.
224. Às palavras E a todos nós pecadores todos
os concelebrantes batem no peito.
225. O Por ele não cessais de criar é dito
apenas pelo celebrante principal.
Oração eucarística II
226. Na Oração eucarística II, o Na verdade, ó
Pai, vós sois santo é proferido apenas pelo celebrante principal, de mãos
estendidas.
227. Desde o Santificai pois até o E nós vos
suplicamos os concelebrantes proferem tudo juntos, da seguinte forma:
a) o Santificai pois, de mãos
estendidas em direção às oferendas;
b) o Estando para ser entregue e Do
mesmo modo, de mãos unidas;
c) as palavras do Senhor, com a mão
direita estendida para o pão e o cálice, se parecer oportuno; à apresentação,
olham para a hóstia e o cálice e depois se inclinam profundamente;
d) o Celebrando, pois, a memória e
o E nós vos suplicamos, de mãos estendidas.
228. As intercessões pelos vivos: Lembrai-vos,
ó Pai, e pelos falecidos: Lembrai-vos também dos nossos irmãos, convém que
sejam confiados a um ou dois sacerdotes concelebrantes, que, cada um, em voz
alta e de mãos estendidas, diz sozinho a sua parte.
Oração eucarística III
229. Na Oração eucarística III, o Na verdade,
vós sois santo é proferido apenas pelo celebrante principal, de mãos
estendidas.
230. Do Por isso, nós vos suplicamos até o
Olhai com bondade, todos os concelebrantes proferem tudo juntos, da seguinte
maneira:
a) o Por isso, nós vos suplicamos,
com as mãos estendidas para as oferendas;
b) o Na noite em que ia ser
entregue e o Do mesmo modo, de mãos unidas;
c) as palavras do Senhor, com a mão
direita estendida para o pão e o cálice, se parecer oportuno; à apresentação,
olham para a hóstia e o cálice e depois se inclinam profundamente;
d) o Celebrando agora e o Olhai com
bondade, de mãos estendidas.
231. As intercessões: Que ele faça de nós, o E
agora nós vos suplicamos e o Acolhei com bondade, convém que sejam confiados a
um ou dois sacerdotes concelebrantes, que, cada um, em voz alta e de mãos
estendidas, diz sozinho a sua parte.
Oração eucarística IV
232. Na Oração eucarística IV, Nós proclamamos
até levando à plenitude a sua obra é proferido apenas pelo celebrante
principal, de mãos estendidas.
233. Do Por isso, nós vos pedimos, até o Olhai
com bondade, todos os concelebrantes recitam tudo juntos, da seguinte maneira:
a) o Por isso, nós vos pedimos, de
mãos estendidas para as oferendas;
b) o Quando, pois, chegou a hora e
o Do mesmo modo, de mãos unidas;
c) as palavras do Senhor, com a mão
direita estendida para o pão e o cálice, se parecer oportuno; à apresentação,
olham para a hóstia e o cálice e depois se inclinam profundamente;
d) o Celebrando agora e o Olhai com
bondade, de mãos estendidas.
234. Intercessões: o E agora, ó Pai,
lembrai-vos de todos, o Lembrai-vos também e o E a todos nós, convém que sejam
confiados a um mais concelebrantes, que as recita sozinho, em voz alta, de mãos
estendidas.
235. Quanto a outras Orações eucarísticas
aprovadas pela Sé Apostólica, observem-se a normas estabelecidas para cada uma
delas.
236. A doxologia final da Oração eucarística é
proferida somente pelo sacerdote celebrante principal e, se se preferir, junto
com os demais concelebrantes, não, porém, pelos fiéis.
Rito da Comunhão
237. A seguir, o celebrante principal, de mãos
unidas, diz a exortação que precede a Oração do Senhor e, com as mãos
estendidas, reza a Oração do Senhor com os demais concelebrantes, também de
mãos estendidas e com todo o povo.
238. O Livrai-nos é dito apenas pelo celebrante
principal, de mãos estendidas. Todos os concelebrantes dizem com o povo a
aclamação final: Vosso é o reino.
239. Depois do convite do diácono ou, na sua
ausência, de um dos concelebrantes: Meus irmãos e minhas irmãs, saudai-vos em Cristo Jesus , todos
se cumprimentam. Os que se encontram mais próximos do celebrante principal
recebem a sua saudação antes do diácono.
240. Durante o Cordeiro de Deus, os diáconos ou
alguns dos concelebrantes podem auxiliar o celebrante principal a partir as
hóstias para a Comunhão dos concelebrantes e do povo.
241. Após depositar no cálice a fração da
hóstia, só o celebrante principal, de mãos juntas, diz em silêncio a oração
Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, ou Senhor Jesus Cristo, o vosso Corpo
e o vosso Sangue.
242. Terminada a oração antes da Comunhão, o
celebrante principal faz genuflexão e afasta-se um pouco. Um após os outros, os
concelebrantes se aproximam do centro do altar, fazendo genuflexão e tomam do
altar, com reverência, o Corpo de Cristo; segurando-o com a mão direita e
colocando por baixo a esquerda, retornam a seus lugares. Podem, no entanto,
permanecer nos respectivos lugares e tomar o Corpo de Cristo da patena que o
celebrante principal, ou um ou vários dos concelebrantes seguram, passando
diante deles; ou então passam a patena de um a outro até o último.
243. A seguir, o celebrante principal toma a
hóstia, consagrada na própria Missa, e, mantendo-a um pouco elevada sobre a
patena ou sobre o cálice, voltado para o povo, diz: Felizes os convidados, e
continua com os concelebrantes e o povo, dizendo: Senhor, eu não sou digno.
244. Em seguida, o celebrante principal,
voltado para o altar, diz em silêncio: Que o Corpo de Cristo me guarde para a
vida eterna, e comunga com reverência o Corpo de Cristo. Os concelebrantes
fazem o mesmo, tomando a Comunhão. Depois deles, o diácono recebe das mãos do
celebrante principal o Corpo do Senhor.
245. O Sangue do Senhor pode ser tomado
diretamente do cálice, ou por intinção, ou ainda com uma cânula ou uma colher.
246. Quando a Comunhão é feita diretamente do
cálice, pode-se usar um dos seguintes modos:
a) O celebrante principal, de pé ao
meio do altar, toma o cálice e diz em silêncio: Que o Sangue de Cristo me
guarde para a vida eterna, bebe um pouco do Sangue e entrega o cálice ao
diácono ou a um concelebrante. A seguir, distribui a Comunhão aos fiéis (cf. n.
160-162).
Os concelebrantes aproximam-se do
altar, um a um, ou dois a dois quando se usam dois cálices, fazem genuflexão,
tomam do Sangue, enxugam a borda do cálice e voltam para a respectiva cadeira.
b) O celebrante principal, de pé,
no centro do altar, toma normalmente o Sangue do Senhor.
Os concelebrantes podem tomar o
Sangue do Senhor nos seus respectivos lugares, bebendo do cálice que o diácono,
ou um dos concelebrantes lhes apresenta; ou também passando sucessivamente o
cálice uns aos outros. O cálice é sempre enxugado, seja por aquele que bebe,
seja por aquele que apresenta o cálice. Cada um, depois de ter comungado, volta
à sua cadeira.
247. O diácono, junto ao altar, consome, com
reverência, todo o Sangue que restar, ajudado, se for preciso, por alguns dos
concelebrantes; leva-o, em seguida, à credência, onde ele mesmo ou um acólito
legitimamente instituído, como de costume, o purifica, enxuga e compõe (cf. n.
183).
248. A Comunhão dos concelebrantes pode também
realizar-se de modo que um depois do outro comunguem, no altar, do Corpo e,
logo em seguida, do Sangue de Cristo.
Neste caso, o celebrante principal
toma a Comunhão sob as duas espécies, como de costume (cf. n. 158),
observando-se o rito escolhido, em cada caso, para a Comunhão do cálice, que os
demais concelebrantes hão de seguir.
Assim, terminada a Comunhão do
celebrante principal, coloca-se o cálice num lado do altar, sobre outro
corporal. Um depois do outro, os concelebrantes aproximam-se do centro do
altar, fazem genuflexão e comungam o Corpo do Senhor; passam em seguida para o
lado do altar e tomam o Sangue do Senhor, conforme o rito escolhido para a
Comunhão do cálice, como se disse acima.
A Comunhão do diácono e a
purificação do cálice se realizam também como foi descrito acima.
249. Se a Comunhão dos concelebrantes se faz
por intinção, o celebrante principal comunga como de costume, o Corpo e o
Sangue do Senhor, cuidando que fique ainda bastante do precioso Sangue para a
Comunhão dos concelebrantes. A seguir, o diácono, ou um dos concelebrantes,
dispõe o cálice, de modo conveniente, no meio do altar ou num dos lados sobre
outro corporal, junto com a patena com as partículas.
Os concelebrantes, um depois do
outro, aproximam-se do altar, fazem genuflexão, tomam a partícula, mergulham-na
parcialmente no cálice e, com a patena sob a boca, tomam a partícula embebida e
voltam aos seus lugares como no início da Missa.
O diácono também comunga por
intinção, respondendo Amém ao concelebrante que lhe diz: O Corpo e o Sangue de
Cristo.
O diácono, junto ao altar, consome,
com reverência, todo o Sangue que restar, ajudado, se for preciso, por alguns
dos concelebrantes; leva-o, em seguida, à credência, onde ele mesmo ou um
acólito legitimamente instituído, como de costume, o purifica, enxuga e compõe.
Ritos finais
250. O celebrante principal procede ao mais
como de costume até o final da Missa (cf. n. 166-168), permanecendo os
concelebrantes em suas cadeiras.
251. Os Concelebrantes, antes de se afastarem
do altar, fazem-lhe uma profunda inclinação. O celebrante principal, com o
diácono, porém, como de costume, beija o altar em sinal de veneração.
III. MISSA COM ASSISTÊNCIA DE UM
SÓ MINISTRO
252. Na Missa celebrada por um sacerdote, ao
qual assiste e responde um só ministro, observa-se o rito da Missa com povo
(cf. n. 120-169), proferindo o ministro, quando for o caso, as partes do povo.
253. Se o ministro for diácono, ele exerce as
funções que lhe são próprias (cf. n. 171-186), e desempenha outrossim, as
outras partes do povo.
254. A celebração sem ministro ou ao menos de
um fiel, não se faça a não ser por causa justa e razoável. Neste caso,
omitem-se as saudações, as exortações e a bênção no final da Missa.
255. Os vasos sagrados necessários são
preparados antes da Missa, seja na credência perto do altar, seja sobre o
altar, do lado direito.
Ritos iniciais
256. O sacerdote, aproxima-se do altar e, feita
profunda inclinação, o venera pelo ósculo e ocupa seu lugar na cadeira. Se
preferir, o sacerdote pode permanecer ao altar; neste caso, prepara-se aí
também o missal. Em seguida, o ministro ou o sacerdote diz a antífona da
entrada.
257. A seguir, o sacerdote com o ministro, de
pé, faz o sinal da cruz, dizendo: Em nome do Pai; voltado para o ministro,
saúda-o com uma das fórmulas propostas.
258. Em seguida, realiza-se o ato penitencial
e, conforme as rubricas, se dizem o Senhor e o Glória.
259. A seguir, de mãos unidas, diz Oremos e,
fazendo uma pausa conveniente, profere a oração do dia, com as mãos estendidas.
Ao terminar, o ministro aclama: Amém.
Liturgia da palavra
260. As leituras, na medida do possível, são
proferidas do ambão ou da estante.
261. Depois da oração do dia, o ministro lê a
primeira leitura e o salmo e, quando prescrita, a segunda leitura e o versículo
do Aleluia ou outro canto.
262. Depois, inclinado, o sacerdote diz: Ó Deus
todo-poderoso, purificai-me, e, em seguida, lê o Evangelho. Ao terminar diz:
Palavra da Salvação, e o ministro responde: Glória a vós, Senhor. Em seguida, o
sacerdote venera o livro, beijando-o e dizendo em silêncio: Pelas palavras do
santo Evangelho.
263. A seguir, o sacerdote recita com o
ministro o símbolo, de acordo com as rubricas.
264. Segue-se a oração universal, que também
pode ser dita nesta Missa. O sacerdote introduz e conclui a oração, ao passo
que o ministro profere as intenções.
Liturgia eucarística
265. Na liturgia eucarística tudo é feito como
na Missa com povo, exceto o que se segue.
266. Feita a aclamação no final do embolismo,
que segue a Oração do Senhor, o sacerdote diz a oração Senhor Jesus Cristo,
dissestes; em seguida, acrescenta: A paz do Senhor esteja sempre convosco, a
que o ministro responde: O amor de Cristo nos uniu. Se for oportuno, o
sacerdote saúda o ministro.
267. A seguir, enquanto diz com o ministro o
Cordeiro de Deus, o sacerdote parte a hóstia sobre a patena. Terminado o
Cordeiro de Deus, depõe no cálice a fração da hóstia, dizendo em silêncio: Esta
união.
268. Em seguida, o sacerdote diz em silêncio a
oração Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo ou Senhor Jesus Cristo, o vosso
Corpo; depois, faz genuflexão, toma a hóstia e, se o ministro comungar, diz,
voltado para ele e segurando a hóstia um pouco elevada sobre o cálice: Felizes
os convidados e diz com ele uma só vez: Senhor, eu não sou digno. Em seguida, voltado para o altar, comunga o
Corpo de Cristo. Se o ministro não receber a Comunhão, o sacerdote, tendo feito
a genuflexão, toma a hóstia e, voltado para o altar, diz uma vez em silêncio:
Senhor, eu não sou digno e O Corpo de Cristo me guarde e comunga o Corpo de
Cristo. Depois toma o cálice e diz em silêncio: O Sangue de Cristo me guarde
para a vida eterna, e toma o Sangue.
269. Antes de ser dada a Comunhão ao ministro,
é dita a antífona da Comunhão pelo ministro ou pelo próprio sacerdote.
270. O sacerdote purifica o cálice na credência
ou ao altar ou. Se o cálice for purificado no altar, pode ser levado para a
credência pelo ministro ou ser colocado a um lado, sobre o altar.
271. Após a purificação do cálice, convém que o
sacerdote observe algum tempo de silêncio; a seguir, diz a Oração depois da
Comunhão.
Ritos finais
272. Os ritos finais são realizados como na
Missa com povo, omitindo-se, porém, o Ide em paz. O sacerdote, como de costume, venera o altar
com um beijo e, feita inclinação profunda, retira-se com o ministro.
CAPÍTULO IV
ALGUMAS NORMAS MAIS GERAIS
PARA TODAS AS FORMAS DE MISSA
Veneração do altar e do
Evangeliário
273. Conforme uso consagrado, a veneração do
altar e do Evangeliário é feita pelo ósculo. Mas, onde esse sinal não se
coadunar com as tradições ou a índole da região, compete à Conferência dos
Bispos estabelecer outro sinal para substituí-lo, com o consentimento da Sé
Apostólica.
Genuflexão e inclinação
274. A genuflexão, que se faz dobrando o joelho
direito até o chão, significa adoração; por isso, se reserva ao Santíssimo
Sacramento, e à santa Cruz, desde a solene adoração na Ação litúrgica da
Sexta-feira na Paixão do Senhor até o início da Vigília pascal.
Na Missa o sacerdote celebrante faz
três genuflexões, a saber: depois da apresentação da hóstia, após a
apresentação do cálice e antes da Comunhão. As particularidades a serem
observadas na Missa concelebrada, vêm indicadas nos respectivos lugares (cf. n.
210-251).
Se, porém, houver no presbitério
tabernáculo com o Santíssimo Sacramento, o sacerdote, o diácono e os outros
ministros fazem genuflexão, quando chegam ao altar, e quando dele se retiram,
não, porém, durante a própria celebração da Missa.
Também fazem genuflexão todos os
que passam diante do Santíssimo Sacramento, a não ser que caminhem
processionalmente.
Os ministros que levam a cruz
processional e as velas, em vez de genuflexão, fazem inclinação da cabeça.
275. Pela inclinação se manifesta a reverência
e a honra que se atribuem às próprias pessoas ou aos seus símbolos. Há duas
espécies de inclinação, ou seja, de cabeça e de corpo:
a) Faz-se inclinação de cabeça
quando se nomeiam juntas as três Pessoas Divinas, ao nome de Jesus, da Virgem
Maria e do Santo em cuja honra se celebra a Missa.
b) Inclinação de corpo, ou
inclinação profunda, se faz: ao altar; às orações Ó Deus todo-poderoso,
purificai-me e De coração contrito; no símbolo às palavras E se encarnou; no
Cânon Romano, às palavras Nós vos suplicamos. O diácono faz a mesma inclinação
quando pede a bênção antes de proclamar o Evangelho. Além disso, o sacerdote
inclina-se um pouco quando, na consagração, profere as palavras do Senhor.
Incensação
276. A turificação ou incensação exprime a
reverência e a oração, como é significada na Sagrada Escritura (cf. Sl 140, 2;
Ap 8,3).
O incenso pode ser usado
facultativamente em qualquer forma de Missa:
a) durante a procissão de entrada;
b) no início da Missa, para
incensar a cruz e o altar;
c) à procissão e à proclamação do
Evangelho;
d) depostos o pão e o cálice sobre
o altar, para incensar as oferendas, a cruz e o altar, bem como o sacerdote e o
povo.
e) à apresentação da hóstia e do
cálice, após a consagração.
277. Ao colocar o incenso no turíbulo, o sacerdote
o abençoa com o sinal da cruz, sem nada dizer.
Antes e depois da turificação
faz-se inclinação profunda à pessoa ou à coisa que é incensada, com exceção do
altar e das oferendas para o sacrifício da Missa.
São incensados com três ductos do
turíbulo: o Santíssimo Sacramento, as relíquias da santa Cruz e as imagens do
Senhor expostas para veneração pública, as oferendas para o sacrifício da
Missa, a cruz do altar, o Evangeliário, o círio pascal, o sacerdote e o povo.
Com dois ductos são incensadas as relíquias
e as imagens dos Santos expostas à veneração pública, mas somente uma vez no
início da celebração, após a incensação do altar.
O altar é incensado, cada vez com
um só icto, da seguinte maneira:
a) se o altar estiver separado da
parede, o sacerdote o incensa, andando ao seu redor;
b) se, contudo, o altar não estiver
separado da parede, o sacerdote, caminhando, incensa primeiro a parte direita
do altar, depois a parte esquerda.
Se a cruz estiver sobre o altar ou
junto dele, é turificado antes da incensação do altar; caso contrário, quando o
sacerdote passa diante dele.
As oferendas são incensadas pelo
sacerdote com três ductos do turíbulo, antes da incensação da cruz e do altar,
ou traçando com o turíbulo o sinal da cruz sobre as oferendas.
Purificação
278. Sempre que algum fragmento da hóstia
aderir aos dedos, principalmente após a fração ou a Comunhão dos fiéis, o
sacerdote limpe os dedos sobre a patena ou, se necessário, lave-os. Da mesma
forma recolha os fragmentos, se os houver fora da patena.
279. Os vasos sagrados são purificados pelo
sacerdote ou pelo diácono ou pelo acólito instituído depois da Comunhão ou da
Missa, na medida do possível junto à credência. A purificação do cálice é feita
com água, ou com água e vinho, a serem consumidos por aquele que purifica o
cálice. A patena seja limpa normalmente com o sanguinho.
Cuide-se que a sobra do Sangue de
Cristo que eventualmente restar após a distribuição da Comunhão seja tomado
logo integralmente ao altar.
280. Se a hóstia ou alguma partícula cair no
chão, seja recolhida com reverência; se for derramado um pouco do Sangue,
lave-se com água o lugar onde caiu, e lance-se depois esta água na piscina
construída na sacristia.
Comunhão sob as duas espécies
281. A Comunhão realiza mais plenamente o seu
aspecto de sinal, quando sob as duas espécies. Sob esta forma se manifesta mais
perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a
vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim
como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no reino
do Pai105.
282. Cuidem os pastores de lembrar, da melhor
forma possível, aos fiéis que participam do rito ou a ele assistem, a doutrina
católica a respeito da forma da Sagrada Comunhão, segundo o Concílio Ecumênico
Tridentino. Antes de tudo advirtam os fiéis de que a fé católica ensina que,
também sob uma só espécie, se recebe Cristo todo e inteiro, assim como o
verdadeiro sacramento; por isso, no que concerne aos frutos da Comunhão,
aqueles que recebem uma só espécie não ficam privados de nenhuma graça
necessária à salvação106.
Ensinem ainda que a Igreja, na
administração dos sacramentos, tem o poder de determinar e mudar, salva a sua
substância, o que julgar conveniente à utilidade dos que os recebem e à
veneração dos mesmos sacramentos, em razão da diversidade das coisas, dos
tempos e dos lugares107. Ao mesmo tempo exortem os fiéis a desejarem participar
mais intensamente do rito sagrado, pelo qual se manifesta do modo mais perfeito
o sinal do banquete eucarístico.
283. Além dos casos previstos nos livros
rituais, a Comunhão sob as duas espécies é permitida nos seguintes casos:
a) aos sacerdotes que não podem
celebrar ou concelebrar o santo sacrifício;
b) ao diácono e a todos que exercem
algum ofício na Missa;
c) aos membros das comunidade na
Missa conventual ou na Missa chamada "da comunidade", aos alunos dos
Seminários, a todos os que fazem exercícios espirituais ou que participam de
alguma reunião espiritual ou pastoral.
O Bispo diocesano pode baixar
normas a respeito da Comunhão sob as duas espécies para a sua diocese, a serem
observadas inclusive nas igrejas dos religiosos e nos pequenos grupos. Ao mesmo
Bispo se concede a faculdade de permitir a Comunhão sob as duas espécies,
sempre que isso parecer oportuno ao sacerdote a quem, como pastor próprio, a
comunidade está confiada, contanto que os fiéis tenham boa formação a respeito
e esteja excluído todo perigo de profanação do Sacramento, ou o rito se torne
mais difícil, por causa do número de participantes ou por outro motivo.
Contudo, quanto ao modo de
distribuir a sagrada Comunhão sob as duas espécies aos fiéis, e à extensão da
faculdade, as Conferências dos Bispos podem baixar normas, a serem reconhecidas
pela Sé Apostólica*.
284. Quando a Comunhão é dada sob as duas
espécies:
a) quem serve ao cálice é
normalmente o diácono, ou, na sua ausência, o presbítero; ou também o acólito
instituído ou outro ministro extraordinário da sagrada Comunhão; ou outro fiel
a quem, em caso de necessidade, é confiado eventualmente este ofício;
b) o que por acaso sobrar do
precioso Sangue é consumido ao altar pelo sacerdote, ou pelo diácono, ou pelo
acólito instituído, que serviu ao cálice e, como de costume, purifica, enxuga e
compõe os vasos sagrados.
Aos fiéis que, eventualmente,
queiram comungar somente sob a espécie de pão, seja-lhes oferecida a sagrada
Comunhão dessa forma.
285. Para distribuir a Comunhão sob as duas
espécies, preparem-se:
a) quando a Comunhão do cálice é
feita tomando diretamente do cálice, prepare-se um cálice de tamanho suficiente
ou vários cálices, tendo-se sempre o cuidado de prever que não sobre mais do
Sangue de Cristo do que se possa tomar razoavelmente no fim da celebração;
b) quando a Comunhão se realiza por
intinção, as hóstias não sejam demasiado finas nem pequenas, mas um pouco mais
espessas que de costume, para que possam ser distribuídas comodamente depois de
molhadas parcialmente no Sangue.
286. Se a Comunhão do Sangue se faz bebendo do
cálice, o comungando, depois de ter recebido o Corpo de Cristo, aproxima-se do
ministro do cálice e fica de pé diante dele. O Ministro diz: O Sangue de
Cristo; o comungando responde: Amém, e o ministro lhe estende o cálice, que o
próprio comungando, com as mãos, leva à boca. O comungando toma um pouco do
cálice, devolve-o ao ministro e se retira; o ministro, por sua vez, enxuga a
borda do cálice com o purificatório.
287. Se a Comunhão do cálice é feita por
intinção, o comungando, segurando a patena sob a boca, aproxima-se do
sacerdote, que segura o vaso com as sagradas partículas e a cujo lado tem o
ministro sustentando o cálice. O sacerdote toma a hóstia, mergulha-a
parcialmente no cálice e, mostrando-a, diz: O Corpo e o Sangue de Cristo; o
comungando responde: Amém, recebe do sacerdote o Sacramento, na boca, e se
retira.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÃO E ORNAMENTAÇÃO DAS
IGREJAS
PARA A CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA
I. PRINCÍPIOS GERAIS
288. Para celebrar a Eucaristia o povo de Deus
se reúne geralmente na igreja, ou na falta ou insuficiência desta, em outro
lugar conveniente, digno de tão grande mistério. As igrejas e os demais lugares
devem prestar-se à execução das ações sagradas e à ativa participação dos féis.
Além disso, os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto sejam
realmente dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas108.
289. Por isso, a Igreja não cessa de solicitar
a nobre contribuição das artes e admite as expressões artísticas de todos os
povos e regiões109. Ainda mais, assim como se esforça por conservar as obras e
tesouros artísticos legados pelos séculos precedentes110 e, na medida do
necessário, adaptá-las às novas necessidades, também procura promover formas
novas que se adaptem à índole de cada época111.
Portanto, nos programas propostos
aos artistas, bem como na seleção de obras a serem admitidas na igreja,
procure-se uma verdadeira qualidade artística, para que alimentem a fé e a
piedade e correspondam ao seu verdadeiro significado e ao fim a que se destinam112.
290. Todas as igrejas sejam dedicadas ou ao
menos abençoadas. Contudo, as igrejas catedrais e paroquiais sejam solenemente
dedicadas.
291. Para edificar, reformar e dispor
convenientemente os edifícios sagrados, consultem os responsáveis a Comissão
diocesana de Liturgia e Arte Sacra. O Bispo diocesano recorra também ao parecer
e auxílio da mesma Comissão, quando se tratar de estabelecer normas nesta
matéria, de aprovar projetos de novos edifícios sagrados ou resolver questões
de certa importância113.
292. A ornamentação da igreja deve visar mais a
nobre simplicidade do que a pompa. Na escolha dessa ornamentação, cuide-se da
autenticidade dos materiais e procure-se assegurar a educação dos fiéis e a
dignidade de todo o local sagrado.
293. Para corresponder às necessidade de nossa
época, a organização da igreja e de suas dependências requer que não se tenha
em vista apenas o que se refere às ações sagradas, mas também tudo o que
contribua para uma justa comodidade dos fiéis, como se costuma providenciar nos
lugres onde se realizam reuniões.
294. O povo de Deus, que se reúne para a Missa,
constitui uma assembléia orgânica e hierárquica que se exprime pela diversidade
de funções e ações, conforme cada parte da celebração. Por isso, convém que a
disposição geral do edifício sagrado seja tal que ofereça uma imagem da
assembléia reunida, permita uma conveniente disposição de todas as coisas e
favoreça a cada um exercer corretamente a sua função.
Os fiéis e o grupo dos cantores
ocuparão lugares que lhes favoreçam uma participação ativa114.
O sacerdote celebrante, o diácono e
demais ministros tomarão lugar no presbitério. Aí se prepararão as cadeiras dos
concelebrantes; se, porém, seu número for grande, as cadeiras serão dispostas
em outro lugar da igreja, mas próximo do altar.
Tudo isso, além de exprimir a
ordenação hierárquica e a diversidade das funções, deve constituir uma unidade
íntima e coerente pela qual se manifeste com evidência a unidade de todo o povo
de Deus. A natureza e beleza do local e de todas as alfaias alimentem a piedade
dos fiéis e manifestem a santidade dos mistérios celebrados.
II. DISPOSIÇÃO DO PRESBITÉRIO PARA A
ASSEMBLÉIA SAGRADA
295. O presbitério é o lugar, onde se encontra
localizado o altar, é proclamada a palavra de Deus, e o sacerdote, o diácono e
os demais ministros exercem o seu ministério. Convém que se distinga do todo da
igreja por alguma elevação, ou por especial estrutura e ornato. Seja bastante
amplo para que a celebração da Eucaristia se desenrole comodamente e possa ser
vista por todos115.
O altar e sua ornamentação
296. O altar, onde se torna presente o
sacrifício da cruz sob os sinais sacramentais, é também a mesa do Senhor na
qual o povo de Deus é convidado a participar por meio da Missa; é ainda o
centro da ação de graças que se realiza pela Eucaristia.
297. A celebração da Eucaristia, em lugar
destinado ao culto, deve ser feita num altar; fora do lugar sagrado, pode se
realizar sobre uma mesa apropriada, sempre, porém, com toalha e corporal, cruz
e castiçais.
298. Convém que em toda igreja exista um altar
fixo, que significa de modo mais claro e permanente Jesus Cristo, Pedra vida
(1Pd 2,4; cf. Ef 2, 20); nos demais lugares dedicados às sagradas celebrações,
o altar pode ser móvel.
Chama-se altar fixo quando é
construído de tal forma que esteja unido ao pavimento, e não possa ser
removido; móvel, quando pode ser removido.
299. O altar seja construído afastado da
parede, a fim de ser facilmente circundado e nele se possa celebrar de frente
para o povo, o que convém fazer em toda parte onde for possível. O altar ocupe
um lugar que seja de fato o centro para onde espontaneamente se volte a atenção
de toda a assembléia dos fiéis116. Normalmente seja fixo e dedicado.
300. Tanto o altar fixo como o móvel seja
dedicado conforme o rito apresentado no Pontifical Romano; contudo, o altar
móvel pode também ser apenas abençoado.
301. Segundo tradicional e significativo
costume da Igreja, a mesa do altar fixo seja de pedra, e mesmo de pedra
natural. Contudo, pode-se também usar outro material digno, sólido e
esmeradamente trabalhado, a juízo da Conferência dos Bispos. Os pés ou a base
de sustentação da mesa, podem ser feitos de qualquer material, contanto que
digno e sólido.
O altar móvel pode ser construído
de qualquer material nobre e sólido, condizente com o uso litúrgico e de acordo
com as tradições e costumes das diversas regiões.
302. Se for oportuno, mantenha-se o uso de
depositar sob o altar a ser dedicado relíquias de Santos, ainda que não sejam
mártires. Cuide-se, porém, de verificar a autenticidade de tais relíquias.
303. Nas novas igrejas a serem construídas,
convém erigir um só altar, que na assembléia dos fiéis signifique um só Cristo
e uma só Eucaristia da Igreja.
Contudo, nas igrejas já
construídas, quando o altar antigo estiver colocado de tal maneira que torne
difícil a participação do povo, nem puder ser transferido sem detrimento de seu
valor artístico, construa-se outro altar fixo com valor artístico e a ser
devidamente dedicado; e somente nele se realizem as sagradas celebrações. Para
não distrair a atenção dos fiéis, do novo altar, o altar antigo não seja ornado
de modo especial.
304. Em reverência para com a celebração do
memorial do Senhor e o banquete em que se comungam o seu Corpo e Sangue,
ponha-se sobre o altar onde se celebra ao menos uma toalha de cor branca, que
combine, por seu formato, tamanho e decoração, com a forma do mesmo altar.
305. Na ornamentação do altar observe-se
moderação.
No Tempo do Advento se ornamente
o altar com flores com moderação tal que convenha à índole desse tempo, sem
contudo, antecipar aquela plena alegria do Natal do Senhor. No Tempo da
Quaresma é proibido ornamentar com flores o altar. Excetuam-se, porém, o
domingo "Laetare" (IV na Quaresma), solenidades e festas.
A ornamentação com flores seja
sempre moderada e, ao invés de se dispor o ornamento sobre o altar, de
preferência seja colocado junto a ele.
306. Sobre a mesa do altar podem ser colocadas
somente aquelas coisas que se requerem para a celebração da Missa, ou seja: o
Evangeliário, do início da celebração até a proclamação do Evangelho; desde a
apresentação das oferendas até a purificação dos vasos sagrados, o cálice com a
patena, o cibório, se necessário, e, finalmente, o corporal, o purificatório, a
pala e o missal.
Além disso, se disponham de modo
discreto os aparelhos que possam ajudar a amplificar a voz do sacerdote.
307. Os castiçais requeridos pelas ações
litúrgicas para manifestarem a reverência e o caráter festivo da celebração
(cf. n. 117), sejam colocados, como parecer melhor, sobre o altar ou junto
dele, levando em conta as proporções do altar e do presbitério, de modo a
formarem um conjunto harmonioso e que não impeça os fiéis de verem aquilo que
se realiza ou se coloca sobre o altar.
308. Haja também sobre o altar ou perto dele
uma cruz com a imagem do Cristo crucificado que seja bem visível para o povo
reunido. Convém que tal cruz que serve para recordar aos fiéis a paixão salutar
do Senhor, permaneça junto ao altar também fora das celebrações litúrgicas.
O ambão
309. A dignidade da palavra de Deus requer na
igreja um lugar condigno de onde possa ser anunciada e para onde se volte
espontaneamente a atenção dos fiéis no momento da liturgia da Palavra117.
De modo geral, convém que esse
lugar seja uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. O ambão seja
disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os ministros ordenados e
os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis.
Do ambão são proferidas somente as leituras,
o salmo responsorial e o precônio pascal; também se podem proferir a homilia e
as intenções da oração universal ou oração dos fiéis. A dignidade do ambão
exige que a ele suba somente o ministro da palavra.
Convém que o novo ambão seja
abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico conforme o rito proposto no
Ritual Romano118.
A cadeira para o sacerdote
celebrante e outras cadeiras
310. A cadeira do sacerdote celebrante deve
manifestar a sua função de presidir a assembléia e dirigir a oração. Por isso,
o seu lugar mais apropriado é de frente para o povo no fundo do presbitério, a
não ser que a estrutura do edifício sagrado ou outras circunstâncias o impeçam,
por exemplo, se a demasiada distância torna difícil a comunicação entre o
sacerdote e a assembléia, ou se o tabernáculo ocupar o centro do presbitério
atrás do altar. Evite-se toda espécie de trono119. Antes de ser destinada ao
uso litúrgico, convém que se faça a bênção da cadeira da presidência segundo o
rito descrito no Ritual Romano120.
Disponham-se também no presbitério
cadeiras para os sacerdotes concelebrantes, bem como para presbíteros que,
revestidos de veste coral, participem da concelebração, sem que concelebrem.
A cadeira para o diácono esteja
junto da cadeira do celebrante. Para os demais ministros, as cadeiras sejam
dispostas de modo que se distingam claramente das cadeiras do clero e eles
possam exercer com facilidade a função que lhes é confiada121.
III. A DISPOSIÇÃO DA IGREJA
O lugar dos fiéis
311. Disponham-se os lugares dos fiéis com todo
o cuidado, de sorte que possam participar devidamente das ações sagradas com os
olhos e o espírito. Convém que haja habitualmente para eles bancos ou cadeiras.
Mas, reprova-se o costume de reservar lugares para determinadas pessoas122.
Sobretudo nas novas igrejas que são construídas, disponham-se os bancos ou as
cadeiras de tal forma que os fiéis possam facilmente assumir as posições
requeridas pelas diferentes partes da celebração e aproximar-se sem
dificuldades da sagrada Comunhão.
Cuide-se que os fiéis possam não só
ver o sacerdote, o diácono ou os leitores, mas também, graças aos instrumentos
técnicos modernos, ouvi-los com facilidade.
O lugar do grupo de cantores e
dos instrumentos musicais
312. O grupo dos cantores, segundo a disposição
de cada igreja, deve ser colocado de tal forma que se manifeste claramente sua
natureza, isto é, que faz parte da assembléia dos fiéis, onde desempenha um
papel particular; que a execução de sua função se torne mais fácil; e possa
cada um de seus membros facilmente obter uma participação plena na Missa, ou
seja, participação sacramental123.
313. O órgão e outros instrumentos musicais
legitimamente aprovados sejam colocados em tal lugar que possam sustentar o
canto do grupo de cantores e do povo e possam ser facilmente ouvidos, quando
tocados sozinhos. Convém que o órgão seja abençoado antes de ser destinado ao
uso litúrgico, segundo o rito descrito no Ritual Romano124.
No Tempo do Advento o órgão e
outros instrumentos musicais sejam usados com moderação tal que convenha à
índole desse tempo, sem contudo, antecipar aquela plena alegria do Natal do
Senhor.
No Tempo da Quaresma o toque do
órgão e dos outros instrumentos é permitido somente para sustentar o canto.
Excetuam-se, porém, o domingo "Laetare" (IV na Quaresma), as
solenidades e as festas.
O lugar de conservação da
Santíssima Eucaristia
314. De acordo com a estrutura de cada igreja e
os legítimos costumes locais, o Santíssimo Sacramento seja conservado num
tabernáculo, colocado em lugar de honra da igreja, suficientemente amplo,
visível, devidamente decorado e que favoreça a oração125.
Normalmente o tabernáculo seja um
único, inamovível, feito de material sólido e inviolável não transparente, e
fechado de tal modo que se evite ao máximo o perigo de profanação126. Convém,
além disso, que seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico, segundo
o rito descrito no Ritual Romano127.
315. Em razão do sinal é mais conveniente que
no altar em que se celebra a Missa não haja tabernáculo onde se conserva a
Santíssima Eucaristia128.
É preferível, pois, a juízo do
Bispo diocesano, colocar o tabernáculo:
a) no presbitério, fora do altar da
celebração, na forma e no lugar mais convenientes, não estando excluído o altar
antigo que não mais é usado para a celebração (n. 306);
b) ou também numa capela apropriada
para a adoração e oração privada dos fiéis129, que esteja organicamente ligada
com a igreja e visível aos fiéis.
316. Conforme antiga tradição mantenha-se
perenemente acesa uma lâmpada especial junto ao tabernáculo, alimentada por
óleo ou cera, pela qual se indique e se honre a presença de Cristo130.
317. Além disso, de modo algum se esqueça tudo
o mais que se prescreve, segundo as normas do direito, sobre a conservação da
Santíssima Eucaristia131.
As imagens sagradas
318. Na liturgia terrena, antegozando, a Igreja
participa da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém,
para a qual, peregrina, se encaminha, onde Cristo está sentado à direita de
Deus, e venerando a memória dos Santos, espera fazer parte da sociedade
deles132.
Por isso, segundo antiquíssima
tradição da Igreja, as imagens do Senhor, da Bem-aventurada Virgem Maria e dos
Santos sejam legitimamente apresentadas à veneração dos fiéis nos edifícios
sagrados133 e sejam aí dispostas de modo que conduzam os fiéis aos mistérios da
fé que ali se celebram. Por isso, cuide-se que o seu número não aumente
desordenadamente, e sua disposição se faça na devida ordem, a fim de não
desviarem da própria celebração a atenção dos fiéis134. Normalmente, não haja
mais de uma imagem do mesmo santo. De modo geral, procure-se na ornamentação e
disposição da igreja, quanto às imagens, favorecer a piedade de toda a
comunidade e a beleza e a dignidade das imagens.
CAPÍTULO VI
REQUISITOS
PARA A CELEBRAÇÃO DA MISSA
I. O PÃO E O VINHO PARA A CELEBRAÇÃO DA
EUCARISTIA
319. Seguindo o exemplo de Cristo, a Igreja
sempre utilizou pão e vinho com água para celebrar o banquete do Senhor.
320. O pão para a celebração da Eucaristia deve
ser de trigo sem mistura, recém-feito e ázimo conforme antiga tradição da
Igreja latina.
321. A verdade do sinal exige que a matéria da
celebração eucarística pareça realmente um alimento. Convém, portanto, que,
embora ázimo e com a forma tradicional, seja o pão eucarístico de tal modo
preparado que o sacerdote, na Missa com povo, possa de fato partir a hóstia em
diversas partes e distribuí-las ao menos a alguns dos fiéis. Não se excluem,
porém, as hóstia pequenas, quando assim o exigirem o número dos comungantes e
outras razões pastorais. O gesto, porém, da fração do pão, que por si só
designava a Eucaristia nos tempos apostólicos, manifestará mais claramente o
valor e a importância do sinal da unidade de todos num só pão, e da caridade
fraterna pelo fato de um único pão ser repartido entre os irmãos.
322. O vinho para a celebração eucarística deve
ser de uva (cf. Lc 22, 18), natural e puro, isto é, sem mistura de substâncias
estranhas.
323. Cuide-se atentamente que o pão e o vinho
destinados à Eucaristia sejam conservados em perfeito estado, isto é: que o
vinho não azede, nem o pão se corrompa ou se torne demasiado duro, difícil de
partir.
324. Se depois da consagração ou quando vai
comungar, o sacerdote percebe que no cálice não foi colocado vinho, mas água,
derrame a água em algum recipiente, coloque vinho com água no cálice,
consagrando-o com a parte da narração da instituição correspondente à
consagração do cálice, sem ser obrigado a consagrar novamente o pão.
II. AS SAGRADAS ALFAIAS EM GERAL
325. Como na construção de igrejas, também em
relação a todas as alfaias, a Igreja admite a expressão artística de cada
região, aceitando adaptações que concordem com a índole e as tradições de cada
povo, contanto que tudo corresponda devidamente ao uso a que se destinam as
alfaias135.
Também neste ponto cuide-se
atentamente de obter a nobre simplicidade que se coadune perfeitamente com a
verdadeira arte.
326. Na escolha dos materiais para as alfaias,
admitem-se igualmente, além dos tradicionais, aqueles que são considerados
nobres pela mentalidade atual, são duráveis e se prestam bem para o uso
sagrado. Compete à Conferência dos Bispos de cada região decidir a esse
respeito (cf. n. 390).
III. OS VASOS SAGRADOS
327. Entre as coisas necessárias para a
celebração da Missa, honram-se especialmente os vasos sagrados e, entre eles, o
cálice e a patena, onde se oferecem, consagram e consomem o vinho e o pão.
328. Os vasos sagrados sejam feitos de metal
nobre. Se forem de metal oxidável ou menos nobres do que o ouro sejam
normalmente dourados por dentro.
329. A juízo da Conferência dos Bispos, com
aprovação da Sé Apostólica, os vasos sagrados podem ser feitos também de outros
materiais sólidos e considerados nobres em cada região, por exemplo, o ébano ou
outras madeiras mais duras, contanto que convenham ao uso sagrado. Neste caso,
prefiram-se sempre materiais que não se quebrem nem se alterem facilmente. Isso
vale para todos os vasos destinados a receber as hóstias como patena, cibório,
teca, ostensório e outros do gênero.
330. Os cálices e outros vasos destinados a
receber o Sangue do Senhor, tenham a copa feita de matéria que não absorva
líquidos. O pé pode ser feito de outro material sólido e digno.
331. Para consagrar as hóstias, é conveniente
usar uma patena de maior dimensão, onde se coloca tanto o pão para o sacerdote
e o diácono, bem como para os demais ministros e fiéis.
332. Quanto à forma dos vasos sagrados, o
artista tem a liberdade de confeccioná-los de acordo com os costumes de cada
região, contanto que coadunem com o uso litúrgico a que são destinados e se
distingam claramente daqueles destinados ao uso cotidiano.
333. Quanto à bênção dos vasos sagrados,
observem-se os ritos prescritos nos livros litúrgicos136.
334. Conserve-se o costume de construir na
sacristia uma piscina, em que se lance a água da purificação dos vasos sagrados
e da lavagem das toalhas de linho (cf. n. 280).
IV. AS VESTES SAGRADAS
335. Na Igreja, que é o Corpo de Cristo, nem
todos os membros desempenham a mesma função. Esta diversidade de funções na
celebração da Eucaristia manifesta-se exteriormente pela diversidade das vestes
sagradas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro. Importa
que as próprias vestes sagradas contribuam também para a beleza da ação
sagrada. As vestes usadas pelos sacerdotes, os diáconos, bem como pelos
ministros leigos são oportunamente abençoados antes que sejam destinados ao uso
litúrgico, conforme o rito descrito no Ritual Romano137.
336. A alva é a veste sagrada comum a todos os
ministros ordenados e instituídos de qualquer grau; ela será cingida à cintura
pelo cíngulo, a não ser que o seu feitio o dispense. Antes de vestir a alva,
põe-se o amito, caso ela não encubra completamente as vestes comuns que
circundam o pescoço. A alva não poderá ser substituída pela sobrepeliz, nem
sobre a veste talar, quando se deve usar casula ou dalmática, ou quando, de
acordo com as normas, se usa apenas a estola sem a casula ou dalmática.
337. A não ser que se disponha de outro modo, a
veste própria do sacerdote celebrante, tanto na Missa como em outras ações
sagradas em conexão direta com ela, é a casula ou planeta sobre a alva e a
estola.
338. A veste própria do diácono é a dalmática
sobre a alva e a estola; contudo, por necessidade ou em celebrações menos
solenes a dalmática pode ser dispensada.
339. Os acólitos, os leitores e os outros
ministros leigos podem trajar alva ou outra veste legitimamente aprovadas pela
Conferência dos Bispos em cada região (cf. n. 390).
340. A estola é colocada pelo sacerdote em
torno do pescoço, pendendo diante do peito; o diácono usa a estola a tiracolo
sobre o ombro esquerdo, prendendo-a do lado direito.
341. A capa ou pluvial é usada pelo sacerdote
nas procissões e outras ações sagradas, conforme as rubricas de cada rito.
342. Quanto à forma das vestes sagradas, as
Conferências dos Bispos podem definir e propor à Sé Apostólica as adaptações
que correspondam às necessidades e costumes da região138*.
343. Na confecção das vestes sagradas, podem-se
usar, além dos tecidos tradicionais, os materiais próprios de cada região e
mesmo algumas fibras artificiais que se coadunem com a dignidade da ação
sagrada e da pessoa, a juízo da Conferência dos Bispos139.
344. Convém que a beleza e nobreza de cada
vestimenta decorram não tanto da multiplicidade de ornatos, mas do material
usado e da forma. Os ornatos apresentem figuras ou imagens ou então símbolos
que indiquem o uso sagrado, excluindo-se os que não se prestam bem a esse uso.
345. As diferentes cores das vestes sagradas
visam manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados, e também a
consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico.
346. Com relação à cor das vestes sagradas,
seja observado o uso tradicional, a saber:
a) O branco é usado nos Ofícios e
Missas do Tempo pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas celebrações do
Senhor, exceto as de sua Paixão, da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos
Anjos, dos Santos não Mártires, nas solenidades de Todos os Santos (1º de
novembro), de São João Batista (24 de junho), nas festas de São João
Evangelista (27 de dezembro), da Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro) e da
Conversão de São Paulo (25 de janeiro).
b) O vermelho é usado no domingo da
Paixão e na Sexta-feira da Semana Santa, no domingo de Pentecostes, nas
celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos Apóstolos e
Evangelistas e nas celebrações dos Santos Mártires.
c) O verde se usa nos Ofícios e
Missas do Tempo comum.
d) O roxo é usado no tempo do
Advento e da Quaresma. Pode também ser usado nos Ofícios e Missas dos Fiéis
defuntos.
e) O preto pode ser usado, onde for
costume, nas Missas dos Fiéis defuntos.
f) O rosa pode ser usado, onde for
costume, nos domingos Gaudete (III do Advento) e Laetare (IV na Quaresma).
g) Em dias mais solenes podem ser
usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do
dia.
No que se refere às cores
litúrgicas, as Conferências dos Bispos podem determinar e propor à Sé
Apostólica adaptações que correspondam à necessidades e ao caráter de cada
povo.
347. As Missas rituais são celebradas com a cor
própria, a branca ou a festiva; as Missas por diversas necessidades, com a cor
própria do dia ou do Tempo, ou com a cor roxa, se tiverem cunho penitencial,
por exemplo, n. 31, 33 e 38; as Missas votivas, com a cor que convém à Missa a
ser celebrada, ou também com a cor própria do dia ou do tempo.
V. OUTROS OBJETOS USADOS NA IGREJA
348. Além dos vasos e das vestes sagradas, para
os quais se prescreve determinado material, as demais alfaias destinadas ao
culto litúrgico140 ou a qualquer uso na igreja, sejam dignas e condizentes com
o fim a que se destinam.
349. Deve-se cuidar de modo especial que os
livros litúrgicos, particularmente, o Evangeliário e o lecionário, destinados à
proclamação da palavra de Deus, gozando, por isso, de veneração peculiar, sejam
na ação litúrgica realmente sinais e símbolos das realidades celestes, e, por
conseguinte, verdadeiramente dignos, artísticos e belos.
350. Além disso, deve-se atender com todo o
cuidado às coisas que estão ligadas diretamente com o altar e a celebração
eucarística, como sejam, por exemplo, a cruz do altar e a cruz que é levada em
procissão.
351. Tenha-se o cuidado de observar as
exigências da arte também em coisas de menor importância, e de sempre aliar uma
nobre simplicidade a um apurado asseio.
CAPÍTULO VII
A ESCOLHA DA MISSA E DE SUAS
PARTES
352. A eficácia pastoral da celebração
aumentará certamente, se os textos das leituras, das orações e dos cantos
corresponderem, na medida do possível, às necessidades, à preparação espiritual
e à mentalidade dos participantes. Isto se obterá mais facilmente usando-se a
múltipla possibilidade de escolha que se descreve adiante.
Por conseguinte, na organização da
Missa, o sacerdote levará mais em conta o bem espiritual de toda a assembléia
do que o seu próprio gosto. Lembre-se ainda de que a escolha das diversas
partes deve ser feita em comum acordo com os que exercem alguma função especial
na celebração, sem excluir absolutamente os fiéis naquilo que se refere a eles
de modo mais direto.
Sendo muito grande a possibilidade
de escolha para as diversas partes da Missa, é necessário que antes da
celebração, o diácono, os leitores, o salmista, o cantor, o comentarista, o
grupo dos cantores, saibam exatamente cada um quais os textos que lhes
competem, para que nada se faça de improviso, pois a harmoniosa organização e
execução dos ritos muito contribuem para dispor os fiéis à participação da
Eucaristia.
I. A ESCOLHA DA MISSA
353. Nas solenidades o sacerdote deve seguir o
calendário da igreja em que celebra.
354. Nos domingos, nos dias de semana do
Advento, do Natal, da Quaresma e da Páscoa, nas festas e nas memórias
obrigatórias:
a) se a Missa é celebrada com povo,
o sacerdote siga o calendário da igreja em que celebra;
b) se a Missa é celebrada com a
participação de um só ministro, o sacerdote pode escolher tanto o calendário da
igreja como o calendário próprio.
355. Nas memórias facultativas:
a) Nos dias de semana do Advento,
de 17 a
24 de dezembro, nos dias da Oitava da Páscoa e nos dias de semana da Quaresma,
exceto Quarta-feira de Cinzas e os dias de semana da Semana Santa, diz-se a Missa
do dia litúrgico ocorrente; mas se poderá tomar a oração do dia da memória que
conste no calendário geral para aquele dia, exceto na Quarta-feira de Cinzas ou
num dia de semana da Semana Santa. Nos dias de semana do Tempo pascal a memória
dos Santos pode realizar-se integralmente conforme as rubricas.
b) Nos dias de semana do Advento
anteriores a 17 de dezembro, nos dias de semana do Tempo do Natal desde o dia 2
de janeiro e nos dias de semana do Tempo pascal, pode-se escolher tanto a Missa
do Santo ou de um dos Santos cuja memória se celebra, ou ainda de qualquer
outro que conste do Martirológio naquele dia.
c) Nos dias de semana do Tempo
comum, pode-se escolher entre a Missa do dia de semana, a da memória
facultativa ocorrente, a de algum Santo que conste do Martirológio naquele dia,
uma das Missas para diversas necessidades ou votiva.
Se o sacerdote celebra com povo,
cuidará de não omitir muitas vezes e sem razão suficiente, as leituras
indicadas no lecionário cada dia para os dias de semana, pois a Igreja deseja
que a mesa da palavra de Deus seja oferecida aos fiéis com maior riqueza141.
Pela mesma razão não tome com
freqüência as Missas dos Fiéis defuntos, pois qualquer Missa é oferecida tanto
pelos vivos como pelos falecidos, e há um memento para eles em cada Oração
eucarística.
Onde os fiéis tiverem grande estima
pelas memórias facultativas da Virgem Maria ou dos Santos, satisfaça-se a
legítima piedade do povo.
Quando houver liberdade de optar
entre a memória do calendário universal e a do calendário diocesano ou
religioso, dê-se preferência, em pé de igualdade e segundo a tradição, à
memória particular.
II. A ESCOLHA DAS PARTES DA MISSA
356. Ao escolher os textos das diversas partes
da Missa, tanto do Tempo como dos Santos, observem-se as normas que se seguem.
Leituras
357. Para os domingos e solenidades estão
marcadas três leituras, isto é, do Profeta, do Apóstolo e do Evangelho, que
levam o povo cristão a compreender a continuidade da obra da salvação, segundo
a admirável pedagogia divina. Estas leituras sejam realmente feitas. No Tempo
pascal, conforme a tradição da Igreja, em lugar do Antigo Testamento, a leitura
tomada dos Atos dos Apóstolos.
Para as festas são previstas duas
leituras. Mas, se a festa, segundo as normas, for elevada ao grau de solenidade,
acrescenta-se uma terceira leitura, tirada do Comum.
Na memória dos Santos, a não ser
que haja próprias, lêem-se normalmente as leituras indicadas para o dia de
semana. Em alguns casos propõem-se leituras apropriadas, ou seja, que realçam
um aspecto peculiar da vida espiritual ou da atividade do Santo. O uso destas
leituras não deve ser urgido, a não ser que uma razão pastoral realmente o
aconselhe.
358. No Lecionário semanal propõem-se leituras
para cada dia da semana durante todo o ano. Por isso, via de regra, tais
leituras serão tomadas nos dias em que estão marcadas, a não ser que ocorra uma
solenidade ou festa ou memória que tenha leituras próprias do Novo Testamento,
ou seja, nas quais se faça menção do Santo celebrado.
Se, no entanto, a leitura contínua da
semana for interrompida por alguma solenidade, festa ou celebração particular,
poderá o sacerdote, considerando a disposição das leituras de toda a semana,
juntar às outras as leituras omitidas, ou então decidir quais os textos que
deverão ser preferidos.
Nas Missas para grupos
particulares, poderá o sacerdote escolher textos mais adaptados àquela
celebração, contanto que sejam selecionados entre os que constem do lecionário
aprovado.
359. Existe também uma seleção especial de
textos da Sagrada Escritura no lecionário para as Missas rituais em que ocorra
a celebração de algum Sacramento ou Sacramental ou para as Missas que são
celebradas por alguma necessidade.
Estes lecionários foram compostos
para levar os fiéis, por uma audição mais adequada da palavra de Deus, a
compreender mais plenamente o mistério de que participam, e estimar cada vez
mais a palavra de Deus.
Por isso, ao determinar os textos a
serem proferidos na celebração, levem-se em conta as razões de ordem pastoral e
a faculdade de opção concedida nesta matéria.
360. Por vezes se apresenta uma forma mais
longa ou outra mais breve de um mesmo texto. Na escolha entre as duas formas
tenha-se em vista o critério pastoral. No caso, é preciso atender à capacidade
dos fiéis de ouvir com fruto a leitura mais ou menos longa; à sua capacidade de
ouvir um texto mais completo a ser explicado pela homilia142.
361. Quando se concede a faculdade de escolher
entre um ou outro texto já determinado, ou quando se deixa à escolha, será
mister atender à utilidade dos que participam. Isso pode acontecer quando se
trata de usar um texto que seja mais fácil ou mais adequado à assembléia
reunida, ou de um texto a ser repetido ou reposto, indicado como próprio em
alguma celebração ou seja leitura de livre escolha, sempre que a utilidade
pastoral o aconselhe143.
Isso pode acontecer quando o mesmo
texto deva ser proclamado de novo dentro de alguns dias, por exemplo, no domingo
e num dia de semana que se segue imediatamente, ou quando se teme que algum dos
textos escolhidos apresente dificuldades para a assembléia reunida. Cuide-se,
porém, que na escolha dos textos da Sagrada Escritura, algumas de suas partes
sejam permanentemente excluídas.
362. Além das faculdades de escolher textos
mais apropriados, conforme foi exposto acima, dá-se às Conferências dos Bispos,
em circunstâncias peculiares, a faculdade de indicar algumas adaptações
relativas às leituras, mantendo-se, no entanto, o princípio de que os textos
sejam escolhidos do lecionário devidamente aprovado.
Orações
363. Em cada Missa , a não ser que se indique outra coisa,
dizem-se as orações que lhe são próprias.
Nas memórias dos Santos, diz-se a
oração do dia própria ou, em sua falta, do Comum correspondente; as orações
sobre as oferendas e depois da Comunhão, não sendo próprias, podem ser tomadas
do Comum ou dos dias de semana do Tempo comum.
Nos dias de semana do Tempo comum, porém,
além das orações do domingo precedente, podem tomar-se as orações de outro
domingo do Tempo comum ou uma das orações para diversas necessidades
consignadas o Missal. Mas será sempre lícito tomar apenas a oração do dia das
mesmas Missas.
Desta maneira se oferece maior
riqueza de textos, capazes de nutrir com maior abundância as preces dos fiéis.
Nos tempos mais importantes do ano,
essa adaptação já é feita pelas orações que lhes são próprias, contidas no
Missal para cada dia da semana.
Oração eucarística
364. O grande número de prefácios com que o
Missal Romano foi enriquecido tem por objetivo pôr em plena luz os temas da
ação de graças na Oração eucarística e realçar os vários aspectos do mistério
da salvação.
365. A escolha entre as várias Orações
eucarísticas, que se encontram no Ordinário da Missa, segue, oportunamente, as
seguintes normas:
a) A Oração eucarística I, ou Cânon
romano, que sempre pode ser usada, é proclamada mais oportunamente, nos dias em
que a Oração eucarística tem o Em comunhão próprio ou nas Missas enriquecidas
com o Recebei, ó Pai, próprio, como também nas celebrações dos Apóstolos e dos
Santos mencionados na mesma Oração; também nos domingos, a não ser que por
motivos pastorais se prefira a Terceira Oração eucarística.
b) A oração eucarística II, por
suas características particulares, é mais apropriadamente usada nos dias de
semana ou em circunstâncias especiais. Embora tenha Prefácio próprio, pode
igualmente ser usada com outros prefácios, sobretudo aqueles que de maneira
sucinta apresentem o mistério da
salvação, por exemplo, os prefácios comuns. Quando se celebra a Missa por um
fiel defunto, pode-se usar a fórmula própria proposta no respectivo lugar, a
saber antes do Lembrai-vos também.
c) A Oração eucarística III pode
ser dita com qualquer Prefácio. Dê-se preferência a ela nos domingos e festas.
Se, contudo, esta Prece for usada nas Missas pelo fiéis defuntos, pode-se tomar
a fórmula especial pelo falecido, no devido lugar, ou seja, após as palavras:
Reuni em vós, Pai de misericórdia todos os vossos filhos e filhas dispersos
pelo mundo inteiro.
d) A Oração eucarística IV possui
um Prefácio imutável e apresenta um resumo mais completo da história da
salvação. Pode ser usada quando a Missa não possui Prefácio próprio, bem como
nos domingos do Tempo comum. Não se pode inserir nesta Oração, devido à sua
estrutura, uma fórmula especial por um fiel defunto.
Cantos
366. Não é lícito substituir os cantos
colocados no Ordinário da Missa, por exemplo, o Cordeiro de Deus, por outros
cantos.
367. Na seleção dos cantos interlecionais e dos
cantos da Entrada, das Oferendas e da Comunhão, observem-se as normas
estabelecidas nos respectivos lugares (cf. n. 40-41, 47-48, 61-64, 74, 87-88).
CAPÍTULO VIII
MISSAS E ORAÇÕES PARA DIVERSAS
CIRCUNSTÂNCIAS
E MISSAS DOS FIÉIS DEFUNTOS
I. MISSAS E ORAÇÕES
PARA DIVERSAS CIRCUNSTÂNCIAS
368. Como a liturgia dos Sacramentos e
Sacramentais obtém para os fiéis devidamente preparados que quase todos os
acontecimentos da vida sejam santificados pela graça divina que flui do
mistério pascal144, e como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos, o
Missal fornece formulários de Missas e orações que, nas diversas ocasiões da
vida cristã, podem ser usadas pelas necessidades do mundo inteiro, da Igreja
universal e da Igreja local.
369. Tendo em vista a mais ampla faculdade de
escolher leituras e orações, convém que as Missas para as diversas
circunstâncias sejam empregadas moderadamente, isto é, quando a oportunidade o
exigir.
370. Em todas as Missas para as diversas
circunstâncias, a não ser que se disponha de outro modo, é permitido usar as
leituras dos dias de semana bem como os seus cantos interlecionais, se
combinarem com a celebração.
371. Entre essas Missas contam-se as Missas
rituais, para diversas necessidades, para as diversas circunstâncias e votivas.
372. As Missas rituais estão unidas à
celebração de certos Sacramentos e Sacramentais. São proibidas nos domingos do
Advento, da Quaresma e da Páscoa, nas solenidades, nos dias da oitava da
Páscoa, na Comemoração de Todos os Fiéis defuntos, na Quarta-feira de Cinzas e nos
dias de semana da Semana Santa, observando-se, além disso, as normas contidas
nos livros rituais e nas próprias Missas.
373. As Missas para várias necessidades ou para
diversas circunstâncias são usadas em algumas circunstâncias, que ocorrem de
tempos em tempos, ou em épocas estabelecidas. Dentre elas a autoridade
competente pode escolher as Missas para as rogações, cuja celebração, no
decorrer do ano, será decidida pela Conferência dos Bispos*.
374. Ao ocorrer uma necessidade mais grave ou
por utilidade pastoral, pode celebrar-se em qualquer dia a Missa conveniente
com ordem ou permissão do Bispo diocesano, exceto nas solenidades, nos domingos
do Advento, da Quaresma e da Páscoa, nos dias da oitava da Páscoa, na
Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, na Quarta-feira de Cinzas e nos dias de
semana da Semana Santa.
375. As Missas votivas sobre os mistérios do
Senhor ou em honra da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Anjos, de algum Santo ou
de todos os Santos, podem ser celebradas para favorecer a devoção dos fiéis nos
dias de semana do Tempo comum, mesmo que ocorra uma memória facultativa.
Contudo não podem ser celebradas como votivas as Missas que se referem aos
mistérios da vida do Senhor ou da Bem-aventurada Virgem Maria, com exceção da
Missa de sua Imaculada Conceição, pelo fato de a sua celebração estar unida ao
círculo do ano litúrgico.
376. Nos dias em que ocorra uma memória
obrigatório ou um dia de semana do Advento até ao dia 16 de dezembro, do Tempo
de Natal desde o dia 2 de janeiro, e do Tempo pascal depois da oitava da
Páscoa, de per si são proibidas as Missas para diversas necessidades e votivas.
Se, porém, verdadeira necessidade ou utilidade pastoral o exigir, poderá ser
usada na celebração com povo a Missa que corresponda a tal necessidade ou
utilidade, a juízo do reitor da igreja ou do próprio sacerdote celebrante.
377. Nos dias de semana do Tempo comum em que
ocorra uma memória facultativa ou se celebra o Ofício semanal, é permitido
celebrar qualquer Missa ou usar qualquer oração para diversas circunstâncias,
excetuando-se as Missas rituais.
378. Recomenda-se de modo particular a memória
de Santa Maria no Sábado, pelo fato de se tributar na Liturgia da Igreja à Mãe
do Redentor uma veneração acima e de preferência a todos os Santos145.
II. MISSAS PELOS FIÉIS DEFUNTOS
379. A Igreja oferece o Sacrifício eucarístico
da Páscoa de Cristo pelos defuntos, a fim de que, pela comunhão de todos os
membros de Cristo entre si, o que obtém para uns o socorro espiritual traga aos
outros a consolação da esperança.
380. Entre as Missas dos fiéis defuntos ocupa o
primeiro lugar a Missa de exéquias, que pode ser celebrada todos os dias,
exceto nas solenidades de preceito, na Quinta-feira da Semana Santa, no Tríduo
pascal e nos domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa, observado, além disso,
tudo o que é de direito146.
381. A Missa dos fiéis defuntos ao receber-se a
notícia da morte, ou por ocasião da sepultura definitiva, ou no dia do primeiro
aniversário, pode ser celebrada também nos dias dentro da oitava de natal, nos
dias em que ocorrer uma memória obrigatória ou um dia de semana, exceto
Quarta-feira de Cinzas e os dias de semana da Semana Santa.
As outras Missas dos fiéis
defuntos, ou Missas "cotidianas", podem ser celebradas nos dias de
semana do Tempo comum, quando ocorre uma memória facultativa ou é rezado o
Ofício semanal, contanto que realmente sejam celebradas em intenção dos
falecidos.
382. Nas Missas exequiais haja, normalmente,
uma breve homilia, excluindo-se no entanto qualquer tipo de elogio fúnebre.
383. Os fiéis, sobretudo os da família do
falecido, sejam convidados a participar também pela sagrada Comunhão do
sacrifício eucarístico oferecido por um falecido.
384. Se a Missa exequial é imediatamente
seguida pelo rito dos funerais, terminada a oração depois da Comunhão e
omitidos os ritos finais, realiza-se a última encomendação ou despedida. Este
rito é celebrado apenas quando estiver presente o corpo.
385. Na organização e escolha das partes da
Missa dos fiéis defuntos, principalmente da Missa exequial, que podem variar
(por exemplo, orações, leituras e oração universal), convém levar-se em conta,
por motivos pastorais, as condições do falecido, de sua família e dos
presentes.
Além disso, os pastores levem
especialmente em conta aqueles que por ocasião das exéquias comparecem às
celebrações litúrgicas e escutam o Evangelho, tanto os não católicos, como
católicos que nunca ou raramente participam da Eucaristia, ou parecem ter
perdido a fé, pois os sacerdotes são ministros do Evangelho de Cristo para
todos.
CAPÍTULO IX
ADAPTAÇÕES QUE COMPETEM AOS
BISPOS
E ÀS SUAS CONFERÊNCIAS
386. A renovação do Missal Romano, realizada
segundo as exigências do nosso tempo, de acordo com as normas do Concílio
Vaticano II, teve o máximo cuidado para que todos os fiéis pudessem garantir,
na celebração eucarística, aquela plena, consciente e ativa participação que a
própria natureza da Liturgia exige e à qual os próprios fiéis, por força de sua
condição, têm direito e obrigação147.
Para que a celebração corresponda
mais plenamente às normas e ao espírito da sagrada Liturgia, propõem-se nesta
Instrução e no Ordinário da Missa algumas adaptações, confiadas ao critério do
Bispo diocesano ou às Conferências dos Bispos.
387. O Bispo diocesano, que deve ser tido como
o sumo sacerdote de sua grei, do qual, de algum modo, deriva e depende a vida
de seus fiéis em Cristo148, deve fomentar, coordenar e vigiar a vida litúrgica
em sua diocese. Conforme esta instrução, cabe a ele orientar a disciplina da
concelebração (cf. n. 202, 374), estabelecer normas para o serviço do sacerdote
ao altar (cf. n. 107), sobre a distribuição da sagrada Comunhão sob as duas
espécies (cf. n. 283) e sobre a construção e restauração de igrejas (cf. n.
291). Mas, cabe-lhe antes de tudo alimentar o espírito da sagrada Liturgia nos
sacerdotes, diáconos e fiéis.
388. As adaptações, de que se trata abaixo, que
pedem uma coordenação mais ampla, devem ser especificadas, conforme as normas
do direito, na Conferência dos Bispos.
389. Compete às Conferências dos Bispos antes
de tudo preparar e aprovar a edição deste Missal Romano nas diversas línguas
vernáculas, para que, reconhecidas pela Sé Apostólica, sejam usadas nas
respectivas regiões149.
O Missal Romano deve ser publicado
integralmente tanto no texto latino como nas versões em vernáculo legitimamente
aprovadas.
390. Compete às Conferências dos Bispos definir
as adaptações, e introduzi-las no próprio Missal, com a aprovação da Sé
Apostólica, pontos indicados nesta Instrução geral e no Ordinário da Missa,
como:
- gestos e posições do corpo dos
fiéis (cf. acima, n. 43);
- gestos de veneração ao altar e ao
Evangeliário (cf. acima, n. 273);
- textos dos cantos da Entrada, da
Preparação das oferendas e da Comunhão (cf. acima, n. 48, 74 e 87);
- a escolha de leituras da Sagrada
Escritura a serem usadas em circunstâncias peculiares (cf. acima, n. 362);
- a forma de dar a paz (cf. acima,
n. 82);
- o modo de receber a sagrada
Comunhão (cf. acima, n. 160 e 283);
- o material para a confecção do
altar e das sagradas alfaias, sobretudo dos vasos sagrados, bem como a forma e
a cor das vestes litúrgicas (cf. acima, n. 301, 326, 329, 339, 342-346).
Contudo, Diretórios ou Instruções
pastorais, consideradas úteis pelas Conferências dos Bispos, após prévia
aprovação da Sé Apostólica, poderão ser introduzidas, em lugar apropriado, no
Missal Romano.
391. Às mesmas Conferências compete cuidar com
especial atenção das traduções dos textos bíblicos usados na celebração da
Missa. Pois, da Sagrada Escritura são lidas as lições e explicadas na homilia,
e cantam-se os salmos, e é de sua inspiração e bafejo que surgiram as preces,
orações e hinos litúrgicos, de modo que é dela que os atos e sinais recebem a
sua significação150.
Use-se uma linguagem que
corresponda à compreensão dos fiéis e que se adapte à proclamação em público,
considerando, porém, as características próprias aos diversos modos de falar
usados nos livros sagrados.
392. Compete, igualmente, às Conferências dos
Bispos preparar com muito cuidado a versão dos demais textos, para que,
garantida a índole de cada língua, se transmita plenamente e com fidelidade o
sentido do texto original latino. Na execução deste empreendimento é preciso
considerar os diversos gêneros literários usados no Missal, como as orações
presidenciais, as antífonas, as aclamações, as respostas, as preces litânicas etc.
Deve-se ter em mente que a tradução
dos textos não visa primeiramente à meditação, mas, antes, à proclamação ou ao
canto no ato da celebração.
Faça-se uso de uma linguagem
adaptada aos fiéis da respectiva região, mas que seja nobre e dotada de valor
literário, permanecendo sempre a necessidade de alguma catequese sobre o
sentido bíblico e cristão de certas palavras ou frases.
É melhor que nas regiões em que se
fala a mesma língua, se tenha, na medida do possível, uma só versão para os
textos litúrgicos, sobretudo para os textos bíblicos e para o Ordinário da
Missa151.
393. Tendo em vista o lugar proeminente que o
canto recebe na celebração, como parte necessária ou integrante da liturgia152,
compete às Conferências dos Bispos aprovar melodias adequadas, sobretudo para
os textos do Ordinário da Missa, para as respostas e aclamações do povo e para
celebrações peculiares que ocorrem durante o ano litúrgico.
Cabe-lhes igualmente decidir quanto
aos gêneros musicais, melodias e instrumentos musicais, que possam ser
admitidos no culto divino e, até que ponto realmente são adequados ou poderão
adaptar-se ao uso sagrado.
394. Convém que cada diocese tenha o seu
calendário e o próprio das Missas. A Conferência dos Bispos, por sua vez,
prepare o calendário próprio da nação, ou, em colaboração com outras
Conferências um calendário mais amplo, a ser aprovado pela Sé Apostólica153.
Nesta iniciativa deve-se considerar
e defender ao máximo o dia do Senhor, como dia de festa primordial, de modo que
outras celebrações, a não ser que sejam de máxima importância, não se lhe
anteponham154. Igualmente se cuide que o ano litúrgico renovado por decreto do
Concílio Vaticano II não seja obscurecido por elementos secundários.
Na elaboração do Calendário do
país, sejam indicados (cf. n. 373) os dias das Rogações e das Quatro Têmporas
do ano, bem como as formas e os textos para celebrá-las155; e tenham-se em
vista outras determinações peculiares.
Convém que, na edição do
Missal, as celebrações próprias de toda a nação ou de uma região mais ampla
sejam inseridas no devido lugar entre as celebrações do calendário geral, ao
passo que as celebrações próprias de uma região ou de uma diocese tenham lugar
em Apêndice particular.
395. Finalmente, se a participação dos fiéis e
o seu bem espiritual exigirem variações e adaptações mais profundas, para que a
sagrada celebração responda à índole e às tradições dos diversos povos, as
Conferências dos Bispos podem propô-las à Sé Apostólica, segundo o art. 40 da
Constituição sobre a sagradas Liturgia, para introduzi-las com o seu
consentimento, sobretudo em favor de povos a quem o Evangelho foi anunciado
mais recentemente156. Observem-se atentamente as normas peculiares emanadas
pela Instrução "A Liturgia Romana e a Inculturação"157.
Quanto ao modo de proceder neste
ponto, observe-se o seguinte:
Primeiramente se apresente um
projeto pormenorizado à Sé Apostólica, para, com a devida autorização, proceder
à elaboração de cada uma das adaptações.
Depois de estas propostas serem
devidamente aprovadas pela Sé Apostólica, realizem-se as experimentações nos
períodos de tempos e lugares estabelecidos. Se for o caso, esgotado o tempo de
experimentação, a Conferência dos Bispos determinará a continuação das
adaptações, apresentando à apreciação da Sé Apostólica uma formulação madura sobre
o assunto158.
396. Contudo, antes que se dê início a novas
adaptações, sobretudo, mais profundas, dever-se-á ter o grande cuidado de
promover sábia e ordenadamente a devida formação do clero e dos fiéis; que as
faculdades já previstas sejam levadas a efeito e as normas pastorais,
correspondentes ao espírito da celebração, sejam plenamente aplicadas.
397. Observe-se também o princípio, segundo o
qual cada Igreja particular deve estar de acordo com a Igreja universal não só
quanto à doutrina da fé e os sinais sacramentais, mas também quanto aos usos
universalmente aceitos pela tradição apostólica e ininterrupta, que devem ser
observados não só para evitar os erros, mas também para transmitir a
integridade da fé, visto que a regra da oração da Igreja corresponde à sua
regra da fé159.
O Rito Romano constitui uma parte
notável e preciosa do tesouro litúrgico e do patrimônio da Igreja católica,
cujas riquezas contribuem para o bem da Igreja universal, a tal ponto que sua
perda gravemente a prejudicaria.
Tal rito no decorrer dos séculos
não só conservou os usos litúrgicos originários da cidade de Roma, mas de modo
profundo, orgânico e harmonioso integrou também em si muitos outros que se
derivavam dos costumes e da índole de povos diversos e de diferentes Igrejas
particulares tanto do Ocidente como do Oriente, adquirindo assim um certo
caráter supra-regional. Nos tempos atuais, a identidade e a expressão unitária
deste rito encontra-se nas edições típicas dos livros litúrgicos promulgados
pela autoridade do Sumo Pontífice e nos correspondentes livros litúrgicos
aprovados pelas Conferências dos Bispos para suas dioceses e confirmados pela
Sé Apostólica160.
398. A norma estabelecida pelo Concílio
Vaticano II, segundo a qual as inovações na reforma litúrgica não se façam a
não ser que a verdadeira e certa utilidade da Igreja o exija e tomando a devida
cautela de que as novas formas de um certo modo brotem como que organicamente
daquelas que já existiam161, também devem aplicar-se à inculturação do próprio
Rito Romano162. Além disso, a inculturação necessita de um tempo prolongado
para que, na precipitação e imprudência, não se prejudique a autêntica tradição
litúrgica.
Finalmente, a busca da inculturação
não leva, de modo algum, à criação de novas famílias rituais, mas ao tentar dar
resposta às necessidades de determinada cultura o faz de tal modo que as
adaptações introduzidas no Missal ou nos outros livros litúrgicos não
prejudiquem o caráter proporcionado, típico do Rito romano163.
399. Assim pois, o Missal Romano, ainda que na
diversidade de línguas e em certa variedade de costumes164, para o futuro,
deverá ser conservado como instrumento e sinal preclaro da integridade e
unidade do Rito romano165.